18 de fev. de 2010

E SE GUNNAR VINGREN RESSUSCITASSE...

Gunnar Vingren nasceu em 8 de agosto de 1879 na Suécia e partiu para a eternidade em 29 de junho de 1933.
Você já parou para imaginar a hipótese desse grande homem de Deus ressuscitar e desembarcar mais uma vez no Pará e ainda passasse aqui em Alagoas de novo. O que se passaria na sua cabeça?

Retorno ao Pará
Sem dúvidas, ao desembarcar mais uma vez no Pará iria se assustar com a imensa selva (de concreto) que se tornaram todas as capitais brasileiras, amaria o crescimento das Assembleias de Deus e com certeza choraria e não entenderia como uma denominação tão unida agora são duas naquele Estado... (Eu também chorei).
Talvez ficasse boquiaberto com a atual tecnologia na igreja: sons potentes, microfones sem fios, reprodução nítida de sua voz (nada daquelas caixinhas roucas), projetores multimídia, iluminação intensa, climatização (isso é indispensável naquele calor paraense) e instrumentos musicais que ele nunca viu. Mas ao chegar pontualmente no culto… Talvez perguntasse:
– Por que os alguns obreiros estão com essas roupas, sapatos e cabelos brilhosos, é o brilho da glória de Deus?
– Não, é o tecido da roupa e o couro do sapato que brilha mesmo, enquanto ao cabelo é gel – explicaria algum obreiro.
– Por que as pessoas estão sentadas nessas confortáveis poltronas, o culto já acabou?
– Ainda nem começou, oficialmente estamos no período de oração que antecede o culto – mais uma vez explicaria o obreiro.
– Mas se já começou, onde está aquele som de glória, de adoração? O obreiro dessa feita envergonhado diria:
– Isso eu não sei responder. Gunnar se iraria e diria:
– Nesse culto eu não fico, essa não é a denominação que ajudei a fundar.

Gunnar, os carros importados e aviões “particulares”
– Obreiro, sele nossos cavalos e vamos ao porto embarcar para Alagoas. Pede Gunnar. Responderia o obreiro:
– Apóstolo Gunnar, não precisamos de cavalos nem de navio, nossa “igreja” acabou de adquirir um caro importado e um avião, Vossa Reverrendíssima sabe, é para facilitar o deslocamento dos pastores presidentes (ou seria presidentes pastores?).
– Primeiro, me chame de irmão apenas. Segundo, quanto custou essas coisas?
– Cerca de dez milhões de reais, responde o jovem obreiro.
– Réis? Indaga Gunnar.
– Não pastor, reais!
– Não consigo avaliar, diga-me meu jovem, o que eu poderia comprar com esse dinheiro?
– Creio que daria para construir, no mínimo, mais de vinte templos como o que você viu ou sustentar milhares de missionário em qualquer país até adquirirem independência financeira. Especula o obreiro.
Montando seu cavalo, Gunnar afirma:
– Deixe a engenhoca do Santos Dumont e esse carro importado para lá, vamos de navio ou qualquer outra coisa menos cara mesmo, meu jovem!

Retorno a Alagoas
Retornando a Alagoas, ficariam muito feliz, com a expansão do evangelho, com os templos nos mais diversos bairros (inclusive, onde ele orou por um homem e por duas vezes ele levitou e onde o irmão Candinho foi batizado no Espírito Santo) e com a unidade ministerial. Ao questionar, ao obreiro que o acompanha nessa jornada, na casa de qual irmão ele iria ficar hospedado o jovem responderia:
– Pastor, “a quem honra, honra”, tem um hotel cinco estrelas para o irmão.
– Quanto custará aos cofres da igreja esses cinco dias que pretendo ficar aqui, mancebo?
– Creio que com diárias, alimentação e serviço de quarto... uns mil e quinhentos reais.
– Filho, primeiro, não podemos extorquir as ovelhas do Senhor; segundo, se és obreiro aprovado, és hospitaleiro, ficarei na sua casa e destinarei esse dinheiro para auxiliar as centenas de crentes que estão passando por necessidades e a outra parte para ajudar nos custos do mensageiro da paz para usá-los na Escola Bíblica Dominical (Ainda não tinham informado ao Pr. Gunnar que as lições de EBD eram em forma de revista e não mais anexas ao informativo).
Ao participar de mais cultos, ele perceberia que em alguns a situação não fora diferente do que ele presenciou em seu primeiro culto no seu retorno a terra.

Gunnar e o jovem obreiro abrem o coração
– Filho, diga-me de uma vez por todas o que está acontecendo aqui?
– Pastor, se eu lhe disser tudo, em sendo sua saúde tão frágil, creio que mais uma vez vamos perder a alegria da sua presença aqui na terra conosco. Responderia o jovem obreiro, que resolve falar:
– Para início de conversa, lembra daquelas reuniões em que todos os pastores se reúnem…
– Sei sim meu filho, isso se chama convenção, participei de algumas, eram uma benção eu pessoalmente instruí a muitos obreiros jovens, troquei experiências com os anciões, muito poder, milagres, profecias e curas.
– Pastor, apesar de poucas pessoas saberem como foi a última convenção no estado do Espírito Santo, eu sei e volto a afirmar que você não aguentaria. Parece que paz e santificação mesmo, só no nome do Estado. Além do mais pastor, estão “movendo os limites antigos”: é membro batizando nas águas, gente querendo ordenar obreiros sem que sejam batizados no Espírito Santo ou até mesmo divorciados…
– Pare por aí meu filho, realmente meu coração não aguenta mais, já ouvi o bastante, encerrarei minha breve visita. Mas informe aos responsáveis pela atual situação que eu pedi para lembrar-lhes do que o profeta Elias já afirmara:
NÃO SOMOS MELHORES QUE NOSSOS PAIS.
Felipe J. L. Campos

4 comentários:

CARLOS LEVY MENDES CONDE disse...

Querido Felipe
Saúde, graça, paz e parabéns.

Deixe-me dizer que sou paraense, nasci a menos de 150 do atual templo central. Ali cresci, aceitei a Jesus e fui batizado nas águas em 31 de dezembro de 1960. (Você poderá conferir meu perfil em meu blog).
Atualmente sou residente em Vitória/ES onde presido uma Igreja.
Sou chamado por muitos de "pastor à moda antiga".
Sou contra a remoção dos marcos. Continuo com a pureza da Bíblia Sagrada.
Entretanto, lendo seu interessantíssimo artigo, fui levado às lágrimas e cheguei a uma conclusão.
Se Vingren, Berg (eu conheci no Jubileu de Ouro da AD)e outros grande e ilustres servos de Deus ressuscitassem, mais especificamente Gunnar Vingren, ele nunca chegaria vivo a Alagoas, vendo o que está acontecendo no Pará, mais precisamente em Belém, ele teria um infarto fulminante e morreria novamente. Creia.

Deus continue te iluminando.

Abraços.

Pr. Levy Conde

(Ficaria feliz com uma visita sua em meu blog e com seus comentários.)

20 de fevereiro de 2010 19:14

Felipe Campos disse...

Pr. Levy Conde,

Fiquei honradíssimo com os comentários de Vossa Reverendíssima e com certeza, seu blog está nos meus favoritos.

Meu coração arde quando encontro nessa caminhada mais um do seleto grupo dos 7000 profetas que não se dobraram para nenhum outro deus (Baal, Mamom, etc.

Em Cristo,

Felipe J. L. Campos.

Eliel Moura disse...

Querido Felipe, achei bastante interessante esse artigo, e gostaria de comentar sob dois angulos:
1º) O artigo expressa um sentimento comum entre os crentes que provaram do mover de Deus em tempos antigos. Eu tenho apenas 29 anos, mas lembro-me ter presenciado na infancia momentos extraordinários que deixaram saudades. Refiro-me ao que é raro hoje em dia. Se Gunnar ressuscitasse, ou Berg, Nelson..., ficariam descepcionados com muitas coisas que encontrariam em nossas Igrejas, hoje. Principalmente quando se trata de temas como: FERVOR PENTECOSTAL, EVANGELIZAÇÃO, ORAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, e outros. Mas nos resta orar por quem é tem a responsabilidade da vez.

2º Já por outro lado, se Gunnar ressuscitasse, ficaria feliz, porque encontraria muita coisa boa que gostaria de ter conhecido antigamente. Como também encontraria crentes fervorosos, iguais aos da sua época, cultos maravilhos iguais aos da sua época.

E se eu tivesse a oportunidade de lhe dirigir algumas palavras, eu diria:
Pastor Gunnar, obrigado por ter vindo ao Brasil, obrigado por ajudar a levantar minha amada Igreja, a Igreja que me mostrou o caminho do céu. Eu também diria: Veja toda essa gente Pastor! e chore, se alegre, porque apesar de todos os erros que nossa igreja comete, Deus ainda está presente e em breve estaremos todos no céu.

Deus continue te abençoando,

Varão valoroso!

Pb Eliel Moura (AD Jatiúca)

Felipe Campos disse...

Amado presbítero Eliel Moura,

Estou lisonjeado pelo seu rico comentário e confesso que tenho aprendido muito com seu ministério.

O objetivo desse artigo é tão-somente nos levar a uma reflexão sobre a nossa atual postura como líderes da obra de Deus.

Realmente, creio de muitas coisas iriam agradar a qualquer avivalista fundador de uma obra (Wesley, Spurgeon, Moody, Berg, Vingren, etc). Mas outras coisas creio que não seriam de fácil digestão.

Deus continue te abençoando e ampliando seus termos...

Nele,

Felipe J. L. Campos.

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