8 de set. de 2011

TODO MUNDO ODEIA O CHRIS E A SEGURANÇA PÚBLICA *


Nos raros minutos de folga não consigo deixar de assistir “Everybody Hates Chris” (No Brasil, Todo mundo odeia o Chris), seriado inteligente e sagaz que expõe com muito bom humor e leveza a rotina do jovem Cris durante os anos que residia no Brooklin, EUA. Pena que não existem mais episódios inéditos. Hoje Chris Rock é um grande comediante, roteirista, diretor e ator, não só do seriado que leva seu nome, mas de muitos outros.

Talvez você esteja se perguntando, o que tem haver “Everybory Hates Chris” com a nossa segurança pública?

É triste fazer essa afirmação, mas a principal coincidência é que a polícia norte-americana na década de 80 atuava como nós atuamos ainda hoje. É como se o nosso “know-how” estivesse, no mínimo, com trinta anos de atraso.

Entre as características afins, criminalidade galopante, gestão acéfala, amadorismo, estrutura precária, policiais despreparados, inoperantes, desmotivados até mesmo corruptos e preconceituosos.

Realmente é tragicômico, todo episódio o personagem principal é assaltado e ninguém faz nada, a violência é tão banalizada que todo mundo tem que mudar a sua rotina para se adaptar a criminalidade. Além do mais, quando se tem que usar o serviço 190, além da morosidade para atuação policial, as perguntas oriundas das centrais são cheias de cretinice e preconceito.

Qualquer semelhança com a nossa “segurança” pública não é mera coincidência.

No Brasil, parece que todo mundo odeia segurança pública... Não há investimentos e todo mundo dá palpite, mas ninguém assume um compromisso sério em prol da paz pública. Todavia, conhecemos honrosas e raríssimas exceções.

Hoje os americanos dão show de tecnologia no combate à criminalidade e ao terrorismo, entre as inovações deixe-me citar apenas uma, em qualquer ligação telefônica que seja pronunciada palavras-chaves pré-definidas tipo: bomba, matar, maconha, etc. A ligação é automaticamente transferida para uma central de monitoramento para eventual atuação policial. Isso é se antecipar aos fatos e agir com inteligência.

Diante do nosso amadorismo e ineficácia no combate a criminalidade violenta será que o Rio de Janeiro e toda nação brasileira estará preparada para receber os jogos olímpicos de 2016 e coibir eventuais ações terroristas?

Do jeito que as coisas estão, ainda que tivesse oportunidade de estar no Rio de Janeiro, eu não me arriscaria. Talvez daqui a trinta anos...

(*) Publicado no alagoasweb.com.br

6 de set. de 2011

SEIS CONSIDERAÇÕES SOBRE O NÚCLEO RESSOCIALIZADOR DA CAPITAL*


Essa semana inúmeros artigos e notícias jornalísticas foram publicados em diversos meios de comunicação, uns muitos bons e outro nem tanto. Para os que ainda têm dúvidas sobre esse projeto responderemos a seis indagações.
O que é e quais são os objetivos deste núcleo?
É um novo modelo de gestão prisional apoiado nos princípios do sistema espanhol chamado de Módulos de Respeito. As normas que regerão o Núcleo Ressocializador da Capital são as mesmas que norteiam o modelo espanhol: diálogo, transparência e honradez.
Tem como objetivo principal criar oportunidades para reduzir os fatores de risco do interno que sofreu o processo de carcerização, mas que está disposto a mudar e reescrever uma nova história para sua vida, por meio da laborterapia, da educação e do lazer. Esse é o novo perfil dos custodiados que aderirão esse projeto.
Como se dará o ingresso do reeducando a esse projeto?
Só participará desse projeto o interno sentenciado ao regime fechado que for convidado pela Comissão Técnica (equipe formada por diversos profissionais que avaliarão o perfil do custodiado), e que após parecer positivo, assinará um contrato voluntário de adesão ao projeto desenvolvido no Núcleo.
O Núcleo é um módulo do trabalhador?
Não. Essa seria uma visão reducionista do projeto, pois o Núcleo Ressocializador é uma filosofia que envolve um encadeamento de fatores, desde ações simples do cotidiano do ambiente prisional até ações mais ousadas como a efetiva reintegração social.
Quais são os benefícios que esse projeto trará?
O Núcleo contribuirá a curto prazo para o desenvolvimento de um ambiente prisional mais pacífico, para a ruptura com um passado vergonhoso, para a ampliação do instituto da remição pelo trabalho e pelo estudo, para formação de mão de obra qualificada e apta a inserção do egresso no mercado de trabalho e redução dos efeitos da prisionização. A médio prazo colaborará na redução dos índices de reincidência criminal e da violência urbana que assola à sociedade alagoana. A longo prazo, contribuirá uma efetiva reintegração social.
No atual cenário do sistema parece ser esse um objetivo inalcançável, todavia, lembremos que recentemente, noticiários se avolumaram no sentido que a Holanda estava sem saber o que fazer com seus presídios, se os transformam em museus ou escolas, pois estão sobrando vagas. Por isso, cremos num sistema penitenciário mais digno e que promova uma efetiva ressocialização.
Não é injusto criar tantas oportunidades boas para um indivíduo que delinqüiu? Isso não incentivará que alguém delinqua apenas para ser beneficiado por esse projeto?
De fato em um país tão desigual como o Brasil e com um abismo social tão amplo, cria-se uma falsa ideia de que o sistema é injusto ou muito paternalista. Por outro lado, por maiores benesses que um ambiente prisional possa oferecer, ninguém, por mais miserável que seja, não está disposto a perder seu maior bem: a sua liberdade.
Além do mais, como afirmou Nelson Mandela (Long Walk to Freedon, Little Brown, Londres: 1994): “Costuma-se dizer que ninguém conhece verdadeiramente uma nação até que tenha estado dentro de suas prisões. Uma nação não deve ser julgada pelo modo como trata seus cidadãos mais elevados, mas sim pelo modo como trata seus cidadãos mais baixos”
O sistema não é paternalista porque não há superproteção, apenas se reduz os fatores de risco e cria-se oportunidade para os internos que querem uma oportunidade e estão dispostos a mudar.
O que posso fazer para ajudar o Núcleo Ressocializador?
Um dos pilares deste projeto é a ampliação e o fortalecimento das parcerias, há oportunidades para todos que querem auxiliar ao projeto. Por exemplo, as empresas privadas, podem se instalar nas dependências do complexo penitenciário e fazendo doações; órgãos públicos, oferecendo cursos; igreja, auxiliando espiritual e materialmente; a família e conselhos comunitários, ajudando de todas as formas no processo de reintegração, enfim, há uma gama de formas de auxiliar esse projeto.

(*) Publicado no alagoasweb.com.br
 





 

28 de jul. de 2011

Sgap inaugura no dia 4 de agosto unidade penitenciária baseada nos "Módulos de Respeito" — SGAP

Sgap inaugura no dia 4 de agosto unidade penitenciária baseada nos "Módulos de Respeito" — SGAP No dia 4 de agosto, às 9h00, o Governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, o secretário de Estado da Defesa Social, Dário Cesar Cavalcante e o superintendente Geral de Administração Penitenciária, tenente-coronel Carlos Luna, inauguram em Maceió a primeira etapa do Núcleo Ressocializador ...

28 de jun. de 2011

Programação do I Colóquio sobre os Módulos de Respeito em Alagoas


1º Dia

10:00 - Abertura: Coordenador do Seminário
10:15 - Composição de Mesa
11:00 - Apresentação da Equipe Goiana (Breve apresentação)
11:30 - Apresentação da Pauta
12:00-  Almoço
14:00 - Apresentação do Sistema Prisional de Goiás 
Anderson Brasil
Diretor da Escola Penitenciária da AGSEP
Marly Quermes
Gerente de Reintegração Social  da AGSEP
Marlana Martins
Coordenadora de Ensino  da AGSEP
Shouzo Abe
Coordenador de Módulo de Respeito  da AGSEP
16:00 - Coffee Break
16:30 - Debate
18:00 - Encerramento


2º Dia

08:30 – Apresentação  do Modulo de Respeito
10:15 – CoffeeBreak
10:30 – Debate
11:00 – Fenômeno da Prisionalização
12:00 – Almoço
14:00 – Despersonalização  do servidor do sistema penal / Ressocialização
16:00 – Coffee Break
16:30 – Debate
18:00 – Encerramento



3º Dia– Somente os servidores que irão trabalhar com a Unidade do Modulo de Respeito de Alagoas(Se possível esse 3º dia seria importante que pudéssemos trabalhar na Unidade Prisional onde funcionara o Modulo).

08:30 –Dinâmica:  Valores
09:30 – Apresentaçãoda Estrutura de Trabalho do Modulo de Respeito: Passo a Passo
v  Composição da Equipe – Marly
v  Seleção – Shouzo
v  Educação e Trabalho – Marlana
v  Coordenação da Unidade Prisional e Módulo de Respeito – Anderson
12:00 – Almoço
14:00 – Visita ao Sistema Prisional de Alagoas


4 de jun. de 2011

Sobre este blog

Aqui você encontrará notas, opiniões, pensamentos, biografias e algo mais sobre teologia pentecostal e assuntos atuais.