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25 de jul. de 2023

ISRAEL: como é a nova lei que tira poder da Suprema Corte?

Benjamin Netanyahu


O Parlamento de Israel aprovou nesta segunda-feira (24/7) um controverso projeto de lei que reduz o poder da Suprema Corte no país.

A decisão segue um intenso final de semana de protestos, que reuniram milhares de israelenses em Tel Aviv e próximo à sede do Knesset, o Parlamento do país, em Jerusalém, no sábado (22/07).

As manifestações começaram no início do ano, após o anúncio do gabinete de Benjamin Netanyahu sobre uma ampla reforma judicial. O projeto de lei aprovado hoje é um dos elementos centrais dessa proposta, que segundo a oposição coloca a democracia de Israel em risco. 

Com a reforma, a Suprema Corte não tem mais o poder de anular decisões governamentais ou ministeriais julgadas como "irracionais".

Já o governo argumenta que as medidas são necessárias para corrigir um desequilíbrio de poder que tem visto os tribunais intervirem cada vez mais nas decisões políticas nas últimas décadas.

O que é a nova lei?

O projeto de lei foi aprovado pelo Knesset por 64 votos a zero - a oposição boicotou a votação.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, compareceu ao Parlamento para a votação horas após receber alta do hospital após uma cirurgia não programada de coração no sábado.

A regulamentação trata do chamado "princípio de razoabilidade", recurso até então usado por tribunais para invalidar decisões do governo, incluindo nomeações e ações de Estado.

Em janeiro, por exemplo, a Suprema Corte recorreu ao mecanismo para determinar o afastamento do então número dois do governo, Aryeh Deri, devido a uma condenação anterior por fraude fiscal.

Israel não possui uma constituição federal escrita, por isso o "princípio da razoabilidade" era usado como uma medida de freio e contrapeso do Judiciário em relação a ações do governo ou Parlamento que poderiam ultrapassar os limites de atuação dessas instituições de Estado.

Segundo os críticos, com o deste mecanismo legal, Israel perde um instrumento de supervisão de Poderes.

Em pronunciamento no Knesset após a votação, o líder da oposição Yair Lapid chamou a medida de "uma tomada de poder por uma minoria extrema sobre a maioria israelense".

No entanto, o ministro da Justiça de Israel, Yariv Levin, parabenizou os parlamentares, dizendo-lhes: "Demos o primeiro passo em um processo histórico para corrigir o sistema judicial."

E o resto da reforma?

A lei aprovada faz parte de uma reforma mais ampla do Sistema Judiciário, que trata também de outros três principais pontos:

Permitir que o Parlamento rejeite decisões da Suprema Corte com maioria simples, ou seja, com 61 votos em um total de 120 deputados; Realizar mudanças no comitê responsável pela nomeação de todos os juízes do país, inclusive os integrantes da Suprema Corte, dando ao governo mais peso na escolha; Acabar com a obrigatoriedade de ministros cumprirem as recomendações dadas por seus assessores jurídicos - orientados pelo Procurador-Geral - atualmente prevista por lei.

De forma geral, a reforma diz respeito ao poder do governo versus o poder dos tribunais de escrutinar e até anular decisões do Governo. 

O governo - e outros - dizem que uma reforma como essa já deveria ter sido feita há anos, mas críticos dizem que as propostas vão muito além do que a população gostaria.

Protestos

As controversas reformas polarizaram Israel, desencadeando uma das mais graves crises domésticas da história do país.

Nesta segunda, o presidente de Israel alertou os líderes políticos que o país estava "em estado de emergência nacional".

Durante a manhã (horário local), manifestantes bloquearam uma avenida do lado de fora do Knesset, mas foram contidos com canhões de água e retirados da pista. Uma pessoa ficou ferida, segundo a imprensa local, e seis foram presas, disse a polícia. 

Um manifestante disse à BBC que estava desafiando a "ditadura". Questionado sobre quanto tempo continuaria em protesto, ele disse: "Nunca nos renderemos".

Outra, Reut Yifat Uziel, filha de um paraquedista retratado em uma famosa fotografia da Guerra dos Seis Dias de 1967, disse temer pelo futuro de seus filhos. "Netanyahu sequestrou o país e estou preocupada que se torne uma teocracia", disse ela.

Os manifestantes - dezenas de milhares dos quais marcharam cerca de 70 km de Tel Aviv a Jerusalém no final da semana passada - tentavam impedir a aprovação do primeiro projeto de lei do pacote de reformas.

Os protestos, porém, mobilizaram centenas de milhares de manifestantes que saíram às ruas semanalmente desde o início do ano.

Milhares de reservistas, incluindo pilotos da Força Aérea cruciais para as capacidades ofensivas e defensivas de Israel, também se juntaram ao movimento, afirmando que se recusariam a servir caso fossem convocados. 

A dissidência sem precedentes causou alarme sobre o impacto potencial na prontidão militar de Israel.

Ex-chefes dos serviços de segurança de Israel, membros do Judiciário e figuras jurídicas e empresariais proeminentes também se manifestaram contra as reformas. 

As medidas também foram criticadas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que em seus comentários mais explícitos até agora pediu o adiamento do projeto de lei "divisivo".

Fonte: Portal Terra

22 de ago. de 2016

Desdobramentos das diretrizes políticas (Resolução 004/2016) da AD em Alagoas

Ainda essa semana, ao observar alguns panfleteiros distribuindo material de campanha em frente ao templo de uma Igreja Evangélica Assembleia de Deus, um irmão afirmou ao jovem que essa conduta era proibida. 

Então tive que entrar na discussão e afirmar que não há essa proibição na Resolução 004/2016, tão pouco na legislação eleitoral brasileira.

Trouxe esse fato concreto, que, infelizmente, se repetirá muitas outras vezes, para falar um pouco mais da Resolução 004/2016 da Assembleia de Deus no Estado de Alagoas que regulamenta a campanha política em seus templos.

Como já tinha constatado numa primeira leitura, não obstante essa Resolução ter a essência muito boa, ele carece de uma maior precisão terminológica e de correções de técnicas legislativas para evitar uma avalanche de dúvidas sobre a mente dos candidatos e congregados. Tal como o sobrecarregamento da Diretoria da Igreja com casos omissão resolutiva, teoricamente, fáceis de resolver com simples adequações. 

A Resolução se omite em alguns assuntos e é redundante em outros, consequentemente não responde a algumas perguntas tais como: 1. Nas igrejas onde não tem sub-púlpito, onde a autoridade e o candidato devem sentar? No púlpito ou na nave da igreja? 2. Coordenador de campanha de obreiro candidato pode dirigir igreja ou exercer qualquer outra função de liderança? 3. Qual cargo privado, submetido à votação, também deverá se desincompatibilizar o obreiro? 4. No caso de líder de jovem que for eleito, ele não poderá voltar a coordenar os jovens? 5. Quando começa de fato a desincompatibilização dos obreiros? Na convenção partidária ou vai se aplicar a desincompatibilização dos apresentadores de TV e radialistas? 45, 90 ou 120 dias antes do pleito? 6. E essa questão da proibição de 200m do templo para panfletagem de material político?

1. Acerca da primeira questão. Onde os candidatos devem sentar? Os mais tradicionais, não permitiam que nenhuma outra pessoa, senão pastores e presbíteros sentassem nas cadeiras atrás do púlpito da igreja. Costume hoje flexibilizado. Noutras épocas, tivemos candidato, manifestamente adepto de rituais de magia negra, sentando nessas cadeiras e se facultando o microfone sem hesitações. Não vou entrar no campo teológico, pois sou cônscio de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens, para mim, com a ampliação da consciência política da população em geral, o problema mais sério, será criar um constrangimento (desnecessário) a esses políticos visitantes, inclusive cheguei a presenciar um candidato ser vaiado por milhares de congregados e visitantes da igreja em uma convenção. 

Pode-se contestar, mais porque o povo foi mal educado. Respondo com uma pergunta: “É educado dá voz a um candidato, muitas vezes com ficha criminal maior que a do Fernandinho Beira Mar, contra a vontade de pessoas que foram ouvir Deus falar?”.

A Convenção Nacional Batista da Paraíba também regulamentou as diretrizes políticas e em nota afirmou:
Entretanto, ao que se refere a propaganda eleitoral dentro dos templos e, mais escancaradamente, na hora de culto, feita por muitos líderes evangélicos, sendo o recinto lugar e momento no qual as pessoas se reúnem com um sentimento cândido voltado para a busca da transcendência, é no mínimo uma atitude covarde e desrespeitosa por parte de quaisquer pastores ou líderes subordinados, além de ser uma que fere a legitimidade do culto, que é totalmente Teocêntrico, o fazendo passar a ser herético por desvio de foco. A legislação é clara: segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o Artigo 13, da Resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, fica proibida toda e qualquer propaganda eleitoral dentro de templo.

Logo, é bem melhor o candidato sentar na nave da igreja, como há registros do presidente dos Estados Unidos da América, em campanha, sentado com sua família, na nave da igreja. Ressalvando que a Resolução se omite nesse ponto.

2. Sobre a desincompatibilização do “cabo eleitoral”. Não há óbice legal, tão pouco resolutivo (nesse caso concreto). Mas de que servirá uma norma que visa estabelecer limites éticos a propaganda eleitoral nos templos. Se, hipoteticamente, um pastor candidato for afastado para as eleições e se colocar um dos coordenadores de sua campanha, popularmente chamado de “cabo eleitoral”, na mesma função do candidato afastado? Mais uma vez volta-se a desequilibrar a disputa eleitoral. Biblicamente, no meio cristão, não seria necessário uma resolução ou decreto para regular a conduta de um crente, pois a nossa justiça tem que exceder a dos fariseus.

3. A Resolução também fala de cargo privado submetido a pleito eleitoral que exige desincompatibilização. Não vejo necessidade, pode existir, mas não conheço. 

4. Sobre candidato após eleito assumir outra liderança na igreja, exceto o pastoreado. Não há proibição legal, nem resolutiva. Creio que foi um esquecimento mesmo. Caso contrário, um vereador não poderia exercer seu pastoreado, mas um vereador poderia ser líder de jovens. Levando em consideração que há departamentos jovens maiores que a membresia de muitas congregações, seria uma incoerência.

5. Sobre o prazo para desincompatibilização. Não há consenso legal acerca desse tema. Se a ideia da resolução é equilibrar o pleito eleitoral, pois todo líder da igreja é um comunicador. Nada mais coerente que se aplicar aos líderes eclesiásticos a mesma desincompatibilização dos comunicadores de rádio, TV, etc... que é de 120 dias antes do pleito.
O Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, exarou um decreto em 08 de agosto desse ano estabelecendo o seguinte:
Os fieis leigos e leigas, que desejarem participar das Eleições majoritárias e proporcionais, como candidatos, dirigentes partidários e cabos eleitorais, afastem-se, por licença, das funções de liderança e/ou coordenação, de catequese, de ministro extraordinário para a distribuição da Sagrada Comunhão, de leitor ou cantor litúrgico, ou de qualquer outra função exercida na Arquidiocese de Maceió e Paróquias da mesma, pelo menos 03 (três) meses antes das Eleições.
O citado decreto foi além da legislação, obrigou o afastamento de qualquer candidato, inclusive dirigente de partido e cabo eleitoral (coordenador de campanha), pelo prazo mínimo de três meses. Quanto mais ético for o candidato, mais antecipadamente de afastará das suas funções. Afinal, como já citado, a nossa justiça tem que exceder a dos fariseus.
Todavia, nesse ano as AD´s do estado de Alagoas adotou o prazo de 45 dias, por orientação do Tribunal Regional Eleitoral.

6. Sobre a proibição da panfletagem no perímetro de 200 metros da igreja. Esse assunto chegou a ser discutido, mas não entrou na Resolução 004/2016. Não entrou por motivos óbvios, uma resolução exarada por uma associação privada ou igreja não pode regulamentar nada sobre as calçadas, pois são bens de uso comum do povo. Ninguém pode mandar naquilo que não é seu. A resolução só pode proibir propaganda eleitoral em suas dependências e no templo por extensão: estacionamentos, auditórios, casas de apoio, etc. O que é proibido pela legislação eleitoral é o uso de carro de som, no perímetro de 200 metros, de escolas, hospitais, igrejas, etc por motivos óbvios.

Por fim, para blindar a Resolução de todos esses questionamentos, fiz algumas adaptações de técnica legislativa, coloquei algumas assertivas na ordem direta, removi algumas afirmações tautológicas e ficou bem interessante para quem deseja adotá-la em suas igrejas. Também tentei fechar as possibilidades de interpretação dúbia.

Modelo segue abaixo.

P.S:


IGREJA … NO ESTADO DE…


Considerando que todo cidadão tem direito a votar e ser votado,
Considerando as diretrizes da Lei n° 9.504/97 e demais leis eleitorais vigentes,
Considerando que o Ministro Eclesiástico tal como o obreiro escolhe de livre e espontânea vontade ser candidato,
Considerando que a Igreja não toma iniciativa em processo eleitoral nem tem interesse em indicar nomes,
A Igreja… no Estado de…, no uso de suas atribuições resolve aprovar:


RESOLUÇÃO N° 000/2016


Dispõe acerca dos procedimentos a serem adotados nos pleitos eleitorais em relação aos Ministros e obreiros candidatos, disciplinando as propagandas eleitorais.


Art. 1.° As autoridades eclesiásticas e obreiros em geral devem se desincompatibilizar de suas funções no período eleitoral.
§ 1.° Para fins dessa resolução:
I – desincompatibilização é o afastamento temporário do desempenho de suas funções eclesiásticas 120 dias antes do dia da votação;
II – obreiro é toda pessoa que exerça liderança na Igreja, seja de campos eclesiásticos ou congregações, de círculos de oração, de mocidade, dos departamentos, de grupos de louvor, de grupos de oração, dentre outros.
§ 2.° Coordenadores de campanha eleitoral, dirigentes de partido e obreiros candidatos não poderão exercer nenhum cargo de liderança na igreja.
Art. 2.º Terão suspensas suas rendas eclesiásticas os Ministros que recebem prebenda da Organização Religiosa
§ 1.° Fará jus a essa remuneração o novo Ministro que será empossado em substituição ao obreiro afastado de suas funções.
§ 2.° Findo o período de desincompatibilização e havendo oportunidade, a reintegração ao quadro de dirigentes de filiais e congregações ficará a critério das Mesas Diretoras da IGREJA…
§ 3.° Sendo o Ministro eleito, não poderá reassumir direção de filiais e congregações, tal como receber prebenda, durante o período do mandato eletivo.
Art. 3.º As disposições do artigo 2.° se aplicam, integralmente, ao Ministro ou obreiro que for nomeado ao cargo de Secretário ou Diretor de qualquer pessoa jurídica de direito público do âmbito municipal ou estadual.
Art. 4.º O candidato não poderá se utilizar do culto, do templo e das demais dependências da Organização Religiosa para promover propaganda eleitoral de qualquer natureza.
Parágrafo único. Entende-se por extensão do templo, além de estacionamento, casa de apoio, casa pastoral e outros ambientes afins;
Art. 5.º Os visitantes e obreiros que participarem do pleito eleitoral, deverão ser honradas e apresentadas como autoridades e não como candidatos, sendo vedado durante o período eleitoral, concedê-los o uso da fala em reuniões e cultos.
Parágrafo único. Os visitantes e obreiros candidatos não deverão sentar nas cadeiras localizadas atrás, ou nas laterais, do púlpito principal.
Art. 6.º Os casos omissos nesta resolução referentes às matérias eleitorais serão tratados pelas Diretorias da IGREJA… respectivamente, bem como pelo Conselho Consultivo e de Ética.
Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

7 de jul. de 2016

TRE-AL cassa mandato de deputado pastor por fazer campanha em igreja

Decisão contra Pastor João Luiz foi proferida nesta quinta; cabe recurso.
Até que o caso seja apreciado no TSE, ele permanece no cargo, diz TRE.

O deputado estadual Pastor João Luiz (PSC) teve o mandato cassado nesta quinta-feira (7), por decisão do pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL), por fazer propaganda eleitoral na igreja que preside. Além disso, ele também fica inelegível por oito anos.

Ainda cabe recurso da decisão. Segundo o TRE, até que o caso seja apreciado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele deve permanecer no cargo.

A reportagem do G1 tentou contato com o deputado pastor João Luiz, mas as ligações caíram na caixa postal. Representantes da Igreja do Evangelho Quadrangular também não foram localizados para comentar as alegações do MPE.

De acordo com o TRE, investigações realizadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE-AL) apontam que durante a campanha de 2014, o pastor teria se beneficiado de sua condição de presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular para conquistar votos.

Além disso, ele também teria utilizado indevidamente meios de comunicação e abusado do poder econômico, o que teria desequilibrado a igualdade entre todos os candidatos.

Para o relator do processo, desembargador José Carlos Malta Marques, João Luiz realizou forte propaganda eleitoral dentro da igreja e utilizou eventos religiosos para a divulgação de sua candidatura.

Não há dúvida que ocorreu abuso do poder econômico quando da utilização da igreja, templo e demais espaços, para a realização de inúmeros atos de campanha, atraindo um sem número de fiéis eleitores, entrelaçado com o uso abusivo dos meios de comunicação, pois não há dúvidas que a realização destes eventos no espaço da igreja, devido à grande quantidade de fiéis, transformou-se num poderoso meio de difusão das propostas de campanha, dada a enorme capacidade de manipulação dos líderes religiosos perante seus seguidores, afirmou o desembargador em seu voto.

O mandato do deputado foi cassado por seis votos a um. O único a se posicionar contrário foi o desembargador eleitoral Gustavo Gomes, que julgou a ação improcedente por considerar que faltam elementos que comprovem que a igreja teria sido utilizada na campanha do pastor, e que a mobilização dos fieis em relação à candidatura dele teria sido apenas a manifestação das vontades dessas pessoas.

Fonte: Globo.com

Meus comentários:

Falei quase que profeticamente sobre o perigo dessa relação (política e igreja) na minha última postagem. Hoje essa é a notícia do dia em Alagoas.

6 de jul. de 2016

As Diretrizes Políticas da AD em Alagoas


A Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Estado de Alagoas (IEADAL) aprovou, em sessão extraordinária nessa terça-feira (05.07), a Resolução n° 004/2016 que traça as diretrizes políticas para todas as IEADAL

Acompanhei de perto todo o processo de aprovação, primeiro no presbitério e depois na Convenção das Assembleias de Deus no Estado de Alagoas (COMADAL). Pelo menos na primeira reunião, a iniciativa foi aprovada por unanimidade e atendeu a expectativa dos obreiros presentes a reunião que não suportava mais os perniciosos desdobramentos da união entre igreja e política.

Havia duas linhas de entendimento entre os membros da igreja, os ortodoxos, que não aceitavam qualquer assunto político dentro da igreja e os liberais, que defendiam que a igreja indicasse e apoiasse a candidatura de um representante oficial. Parece que essa é a linha do Projeto Cidadania AD Brasil.

Projeto Cidadania AD Brasil em Alagoas

Falando em Cidadania AD Brasil, ele é um projeto que pertence ao Conselho Político da CGADB e tem por objetivo apoiar, preferencialmente, os membros das Assembleias de Deus vinculadas à CGADB que apresentem vocação política, bem como despertar a consciência de cidadania do nosso povo.

Participei, como eleitor, de dois projetos apoiado pelo AD Cidadania, um no âmbito municipal e outro, estadual. Em ambos, apesar do desgaste provocado na congregação, os candidatos foram eleitos, mas não atenderam a expectativa dos seus eleitores. A prova maior é que ambos não foram reeleitos.

Nos dois casos, não houve um projeto de lei relevante que trouxesse benefício direto para a instituição que os elegeram. Muito pelo contrário, na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, onde o candidato oficial da IEADAL fazia parte da mesa diretora, o seu nome foi envolvido em um dos maiores escândalos de corrupção da história daquela casa, acusado de desviar 4,7 milhões de reais. Além de condenação (multa de R$5.000,00) por campanha eleitoral em evento dentro da própria igreja.

Entendo que o custo foi bem maior que o benefício do projeto Cidadania AD Brasil em Alagoas

Resolução 004/2016

No que tange a Resolução 004/2016, ela traz de volta a ortodoxia dos primórdios da primeira geração das Assembleias de Deus no Brasil e afirma que a igreja não tem interesse em indicar pastores ou obreiros a cargo eletivo, como prova, os que se aventurarem no pleito eleitoral, além da desincompatibilização obrigatória, terão suas remunerações suspensas, segundo os artigos 1° e 2° da Resolução. Caso eleito, não voltam a dirigir suas congregações.

O § 2.° do art. 1° da Resolução é exemplificativo (“dentre outros”) e ampliou o conceito de obreiros para fins de desincompatibilização, alcançando dirigentes de círculos de oração, de mocidade, dos departamentos, de grupos de louvor, de grupos de oração, dentre outros. Logo, qualquer pessoa que exerça liderança nas IEADAL tem que deixar a função, inclusive esposa, filho, genro de pastor que lidere qualquer trabalho na congregação.

No meu sentir a iniciativa é louvável, deveria ser aprovada pelo Conselho Político da CGADB e servir de diretriz para todo Brasil. Além do mais, entendo que pastor que se dedica ao processo eleitoral, das duas uma: ou não é vocacionado para o pastoreado ou está com crise de identidade. Afinal, Deus ainda pergunta aos seus profetas: Que ocupação é a tua? (Jn 1.8).

A IEADAL está dando exemplo a todo o ministério assembleiano brasileiro, primeiro, com a escolha pacifica por aclamação do seu novo presidente, agora, com a aprovação da Resolução n° 004/2016, e traz diretrizes éticas para o processo eleitoral e a igreja.

Confira a Resolução na íntegra:

RESOLUÇÃO 004/2016 – IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS NO ESTADO DE ALAGOAS

Maceió - AL, 05 de julho de 2016.

A presente resolução disciplina os procedimentos a serem adotados nos pleitos eleitorais em relação aos Ministros Candidato, disciplinando as propagandas eleitorais.

Art. 1º. Esta IGREJA é ciente de que todo cidadão pode votar e ser votado.

Paragrafo Primeiro. A IGREJA declara que tem ciência de que as autoridades que exercem funções que possam desequilibrar a igualdade de concorrência eleitoral seja cargo publico ou privado, devem se desincompatibilizar de suas funções no período eleitoral conforme determinação da Lei 9.504/97, estendendo-se a desincompatibilização aos obreiros.

Paragrafo Segundo. Entende-se por obreiro todos os que exercem liderança, seja de campos eclesiásticos e congregações como dirigentes de filiais, de círculos de oração, de mocidade, dos departamentos, de grupos de louvor, de grupos de oração, dentre outros.

Art. 2º. Os Ministros que recebem prebenda da Organização Religiosa terão suspensas suas rendas eclesiásticas, visto que outro Ministro será empossado em sua função e fara jus ao recebimento da prebenda.

Paragrafo Primeiro. A presente decisão surge, porque o Ministro escolheu de livre e espontânea vontade ser candidato, não sendo iniciativa nem interesse da Igreja, portanto a Igreja não tem obrigação de continuar fornecendo a prebenda.

Paragrafo Segundo. Considerando que o Ministro candidatou-se por sua própria escolha e risco, a COMADAL e a IGREJA não terá nenhum compromisso financeiro com o candidato Ministro durante o período eleitoral e pós-eleitoral.

Paragrafo Terceiro. Quanto a voltar a dirigir Filiais, ficará a critério das Mesas Diretoras da IGREJA e COMADAL reintegrarem-no quando houver oportunidade e ainda, se o Ministro permanecer cumprindo com os ditames da Bíblia Sagrada e das normas que regem a COMADAL e a IGREJA.

Paragrafo Quarto. Sendo o Ministro eleito, não poderá reassumir direção de filiais e congregações.

Art. 3º. De acordo com a Legislação Eleitoral vigente, o Ministro que se candidata não pode se utilizar do culto, do templo e das demais dependências da Organização Religiosa para promover propaganda eleitoral de qualquer natureza.

Art. 4º No tocante ao Ministro assumir cargos a frente de secretarias de governos municipais e estaduais, serão aplicadas as mesmas regras atinentes às candidaturas.

Art. 5º. Concernente as autoridades que aparecerem em nossos cultos e liturgias, deverão ser honradas e apresentadas como autoridades e não como candidatos, sendo vedado no período eleitoral conceder oportunidade as autoridades de fazer uso da fala nas reuniões e cultos, enquanto candidatos.

Art. 6º. Os casos omissos nesta resolução referentes às matérias eleitorais serão tratados pelas Diretorias da IGREJA e COMADAL respectivamente, bem como pelo Conselho Consultivo e de Ética.

Publique-se e Cumpra-se.

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IGREJA EVANGELICA ASSEMBLEIA DE DEUS NO ESTADO DE ALAGOAS

Reverendo Dr. JOSÉ ORISVALDO NUNES DE LIMA

Presidente

13 de out. de 2014

AD elege 23 deputados estaduais e federais


A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) conseguiu eleger nas eleições deste ano 23 deputados federais, um a mais do que no pleito de 2010, e 23 deputados estaduais. O resultado poderia ser maior, porém alguns candidatos bem votados não conseguiram se reeleger por causa da regra do coeficiente eleitoral, o que fez com que outros menos votados entrassem em seus lugares. Houve o caso também de atuais deputados que, por questões pessoais, desistiram de se candidatar neste ano. Abaixo, seguem os dados dos eleitos fornecidos pelo Conselho Político da CGADB:

Acre – Nenhum eleito.

Alagoas – Nenhum eleito.

Amapá – Mesmo sendo a quinta mais votada no Estado, com 17.542 votos, a deputada federal assembleiana Fátima Pelaes (PMDB) não ficou entre os oitos eleitos devido à regra do coeficiente eleitoral. Candidatos com 1,5 mil a 7,5 mil votos a menos que ela entraram em seu lugar.

Amazonas – Deputado federal: Silas Câmara (PSD), com 166.218 votos, o segundo mais votado no Estado. Mesmo com 69.708 votos, o assembleiano Sabino Castelo Branco (PTB) não entrou. Eram oito vagas e ele ficou em nono. Deputado estadual: reeleito Wanderley Dallas (PMDB), com 28.297 votos.

Bahia – Erivelton Santana (PSC) foi reeleito deputado federal com 74.836 votos. O pastor Sargento Isidório (PSC) foi reeleito deputado estadual com 123.234 votos, o segundo mais votado em todo o estado. Foram eleitos também deputados estaduais os assembleianos Carlos Ubaldino (PSD), com 45.548 votos, e Ângela Souza (PSD), com 41.013 votos.

Ceará – Ronaldo Martins (PRB) foi reeleito deputado federal com 117.930 votos. Dra. Silvana (PMDB) foi reeleita deputada estadual com 41.449 votos.

Distrito Federal – Pastor Ronaldo Fonseca (PROS) foi reeleito deputado federal com 84.583 votos, o quarto mais votado no DF.

Espírito Santo – Foi eleito deputado estadual Euclério Sampaio (PDT) com 23.033 votos.

Goiás – Foram reeleitos os deputados federais João Campos (PSDB), com 107.344 votos, o nono mais votado no Estado; e Fábio Souza (PSDB), com 82.204 votos. Lincoln Tejota (PSD) foi reeleito deputado estadual com 45.091 votos.

Maranhão – Eliziane Gama (PPS) foi a deputada federal mais votada em seu estado, com 133.575 votos. Cleber Verde (PSDB), com 105.243, foi o quarto mais votado.

Mato Grosso – Foi eleito deputado federal o professor Victório Galli (DEM), com 64.691 votos. Como deputado estadual, Sebastião Rezende (PR) foi reeleito com 45.016, o terceiro mais votado.

Mato Grosso do Sul – Lídio Lopes (PEN) foi reeleito deputado estadual com 23.643 votos.

Minas Gerais – Foram reeleitos deputados estaduais Rosangela Reis (PROS), com 58.725 votos, e Ivair Nogueira (PMDB), com 53.708 votos.

Pará – Júlia Marinho (PSC) foi eleita deputada federal com 86.949 votos. Raimundo Santos (PEN) foi reeleito deputado estadual com 44.452 votos.

Paraíba – Nenhum eleito a deputado federal.

Paraná – Foram reeleitos deputados federais o pastor Hidekazu Takayama (PSC), com 162.952 votos, o quinto mais votado no Estado; e o delegado Fernando Francischini (SD), com 159.569 votos, o sexto mais votado. Para deputados estaduais, a assembleiana Mara Lima (PSDB) foi reeleita com 43.549 votos e Felipe Francischini foi eleito com 35.842 votos.

Pernambuco – Foram reeleitos deputados federais o pastor Francisco Eurico (PSB), com 233.762 votos, o segundo mais votado do Estado; e Anderson Ferreira (PR), com 150.565. Para deputado estadual, destaque para o presbítero Adalto Santos (PSB), o segundo mais votado no Estado, eleito com 158.874 votos. André Ferreira (PMDB) também foi eleito deputado estadual com 74.448 votos.

Piauí – Nenhum eleito.

Rio de Janeiro – Foi reeleito deputado federal Washington Reis (PMDB), com 103.190 votos. Também foi eleito à Câmara Federal Sóstenes Cavalcante (PSD), com 104.697 votos. Para deputados estaduais, foram eleitos Samuel Malafaia (PSD), com 140.148 votos, quarto mais votado no estado; e Edson Albertassi (PMDB), com 61.549 votos.

Rio Grande do Norte – Foi eleito deputado federal o pastor Antônio Jácome (PMN), com 71.555 votos. Seu filho Jacó Jácome (PMN) foi eleito deputado estadual com 28.620 votos. Também foi eleito deputado estadual Albert Dickson (PROS), com 37.461 votos.

Rio Grande do Sul – Ronaldo Nogueira (PTB) foi reeleito deputado federal com 77.017 votos.

Rondônia – Foram reeleitos deputados federais Marcos Rogério (PDT), com 60.780 votos, o segundo mais votado no Estado; e Nilton Capixaba (PTB), com 42.353 votos. Devido à regra do coeficiente eleitoral, mesmo com 25.204 votos, Agnaldo Muniz não pode se eleger.

Roraima – Carlos Andrade (PHS) foi eleito deputado federal com 6.733 votos.

Santa Catarina – Foram reeleitos deputados estaduais Ismael dos Santos (PSD), o terceiro mais votado no Estado, com 66.818 votos; e Kennedy Nunes (PSD), com 44.019 votos.

São Paulo – Foram reeleitos deputados federais o pastor Paulo Freire (PR), com 111.300 votos; o pastor Marco Feliciano (PSC), com 398.087 votos, o terceiro mais votado no Estado; e Gilberto Nascimento (PSC), com 120.044 votos. Para deputados estaduais, foram eleitos Marta Costa (PSD), com 101.544 votos, e pastor Adilson Rossi (PSB), com 47.428 votos.

Sergipe – Foi eleito deputado estadual o pastor Antonio dos Santos (PR), com 31.219 votos.

Tocantins – Ninguém eleito.

Fonte: CPADNews

14 de out. de 2013

Você acredita em fantasmas?

Pois é... Um tema que até pouco tempo só pertencia ao mundo místico ganhou força através dos zunzunzuns que rondam a Casa de Tavares Bastos (ALE-AL). Até já a estão chamando de casa mal-assombrada.

Dizem os mais sensitivos que o clima anda muito pesado nessa mansão (cruz credo!) porque um exorcista destemido chegou naquelas imediações e está incomodando os fantasmas (e muitos “vivos” também).

O exorcista afirma que lá tem tanto fantasma que se todos revolvessem se manifestar na mesma hora não caberia nem se a mansão fosse umas dez vezes maior. É a maior proporção de fantasma por metro quadrado do mundo! Verdadeira casa dos horrores!

Sabe o que é mais interessante? Você pode não acreditar, mas talvez você conviva com um desses “malassombros”, fale ou até mesmo já tenha visto alguns deles e não sabia que ele era uma criatura fantasmagórica.

Ainda duvida? Então pesquise na misteriosa lista de extrato dos depósitos que contém todos os fantasmas clicando aqui.

Curiosamente, numa olhadinha rápida, vi muito fantasma “vivinho-da-silva”…

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10 de out. de 2013

Sapucaia e discurso que abalou o Judiciário

No dia 26 de setembro desse ano fez dez anos que o Jurista Antônio Sapucaia da Silva proferiu seu enérgico discurso de posse como Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas. Suas palavras mais do que revelar os bastidores do Judiciário alagoano, abalaram os seus alicerces.

Em momento de crise de representação na nossa República, parece não haver escalonamento no índice de ardis para se auto beneficiar do Poder estatal, na prática, o nível é “aparentemente” mais baixo onde a ética corporativa fala mais alto entre as funções estatais.

Felizmente o saudoso Desembargado Sapucaia, “compromissado exclusivamente com Deus, com sua consciência e com a lei”, quebrou com esse espírito de corpo e relevou um pernicioso esquema de trocas de interesses para alcançar “pseudo merecimento” no Judiciário alagoano. Será que mudou algo após uma década?

Relembre o discurso neste clicando aqui 

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Luther King e os penetrantes dardos da segregação

Temos que colocar uma pausa na série de postagens sobre corrupção, uma vez que não deixaríamos de escrever algo sobre o famoso discurso “Eu tenho um sonho” que o pastor batista Martin Luther King Jr. proferiu em 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington D.C. e que começou a mudar a mentalidade da sociedade norte-americana sobre a afirmação dos direitos civis para todos os cidadãos de seu país, independente da cor de sua pele.

Na época a lei de segregação dispunha que os negros só podiam sentar na parte de trás dos ônibus públicos, só que a senhora Rosa Parks entendeu incoerente ela permanecer em pé no ônibus mesmo com vaga nas poltronas, ao passo que ela ousadamente sentou no primeiro assento da frente do ônibus, o que acarretou sua prisão por violação da lei de segregação. Isso mesmo... Busão sempre na vanguarda das revoluções (risos).

Essa prisão de Rosa Parks ganhou grande repercussão e em apoio a mulher, Luther King propôs um boicote ao sistema de transporte de Montgomery, pois em um raciocínio simples entendeu que era mais honroso andar a pé do que em um transporte onde não havia dignidade. Isso desencadeou uma onda de marchas e manifestações pacíficas em várias cidades norte-americanas, pois os negros representavam mais de 50% dos usuários.

Luther King sofreu duras perseguições, inclusive de pastores que questionavam o porquê dele participar de marchas e manifestações em outras cidades já que ele era ministro em Montgomery. Foi onde proferiu a célebre frase: “a injustiça em qualquer lugar ameaça a justiça em todo lugar”.

Passados 50 anos da grande Marcha à Washigton, é trágico afirmar que o preconceito racial ainda grassa na sociedade brasileira.

O exemplo mais recente é o da jornalista potiguar Micheline Borges que ironizou as médicas cubanas ao questionar se as profissionais não tinham cara de doméstica (sic). Será que foi por causa de suas roupas? Será que foi pela cor de sua pele ou de seus penteados? Será que caráter e competência são aquilatados pelo cor da pele de alguém ou a maneira que de vestem? 

Imagine a qualidade de um jornalismo produzido por profissionais da estirpe dela. Sem dúvidas ela é uma das milhares de pessoas alvejadas pelos “dardos da segregação”.

No dia 4 de abril de 1968, enquanto Luther King conversava com colegas no corredor externo do segundo andar de um hotel, na Mulberry Street, um tiro pôs fim a sua curta trajetória. 

Apesar do projétil tê-lo tirado a vida, ele não pois fim ao seu sonho, pois muitos têm suas mentes blindadas contra os “penetrantes dardos da segregação” e mantém vivo o sonho de Martin Luther King:

"Eu tenho um sonho, que um dia meus quatro filhos possam viver em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter [...]


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9 de out. de 2013

COMO REDUZIR A CORRUPÇÃO? (Parte I)

As propostas apresentadas pela Presidência da República ao Congresso Nacional para promover a Reforma Política não passam de engodo, um artifício barato e mais imoral que a própria corrupção brasileira. Tal como a sugestão de plebiscito para aprová-la, não passa de uma “cortina de fumaça” para encobrir a corrupção e a ineficiência da gestão política petista.
A Presidência enfatizou que seria apenas “algumas ideias” para o Congresso Nacional amadurecer, todavia duvido que esse produza ideias melhores do que as do Executivo Federal.
Por outro lado, a onda de mudança na sociedade brasileira influenciou até mesmo a campanha política legislativa da esquerda Argentina. Tivemos a oportunidade de ver três propostas ousadas e de difícil possibilidade de serem aprovadas… Seja na Argentina ou no Brasil. Vejamos:
a) Obrigatoriedade que políticos e sua família usem serviços públicos
É muito raro ver algum político em repartições públicas a não ser na inauguração de determinado setor e, quando isso ocorre, o funcionamento da repartição pública está “maquiado”. Imaginemos se projetos como o do Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fossem aprovados e os filhos dos políticos fossem obrigados por lei a estudar em escolas públicas. Imaginemos ainda o ex-Presidente Lula tratando de sua séria enfermidade no hospital público que ele mesmo inaugurou em Pernambuco e o classificou como hospital de referência. Além do mais, iria ser até mesmo cômico na reunião de pais e mestres, ao invés dos professores cobrarem a participação dos pais na escola e na educação dos filhos, creio que os pais e professores cobrariam a participação dos pais-políticos na melhoria estrutural das escolas.
b) Que políticos ganhem o mesmo que professores
A atual vereadora por Maceió Heloísa Helena (P-SOL-AL) certa vez afirmou que: “os políticos tratam o teto de sua remuneração como piso e o piso dos servidores públicos como teto”. Agora se esses mesmos políticos ganhassem o mesmo que os professores e houvesse uma vinculação no reajuste ocorreriam duas revoluções, a da melhoria do salário dos professores e, somada a proposta anterior, consequentemente, a revolução da educação. Certamente dessa vez o nosso país mudaria para melhor.
c) A perda do cargo do político que prometer e não cumprir.
Quem não se lembra das promessas de acabar com os marajás ou mesmo de nomear mil militares por ano em Alagoas. Ambas não se cumpriram, mas os políticos que as proferiram se elegeram com o voto popular.
Mesmo com a mudança do perfil do eleitorado, infelizmente, até os dias de hoje, os eleitores tendem a preferir nas urnas um candidato que prometa – mesmo que não haja possibilidade de cumprir a sua promessa – que um candidato que seja realista, “pé-no-chão” e diga que fará aquilo dentro de sua possibilidade. Esse último discurso não é empolgante e não “gera” votos. Mas se houvesse uma lei punindo com a perda de cargo os políticos que prometem e não cumprem, muitos iriam pensar duas vezes antes de falar o que não podem cumprir.
Na próxima postagem apresentaremos mais mecanismos para reduzir a corrupção.
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5 de out. de 2013

A Revolta do Busão

O Brasil vive um momento histórico. Mais de um milhão de pessoas foram às ruas para protestar, inicialmente, contra o aumento das passagens de ônibus nas principais cidades brasileiras, mas a indignação das pessoas com o poder público estava tão elevada que outros temas entraram na (imensa) pauta de reinvindicações.
Devido à essa múltipla demanda os analistas políticos tiveram uma certa dificuldade de entender o fenômeno e o porquê da revolta. Na realidade o que os brasileiros querem é mudança, pois ninguém aguenta mais falta de saúde, educação e segurança somados a péssima prestação de serviço público e a farra nababesca de “nossos” representantes políticos. Até então alheios a indignação popular.
Em princípio os políticos menosprezaram o movimento devido aos seus múltiplos objetivos o que tendenciava enfraquecê-lo. Ocorre que essa é, na verdade, a força desse movimento popular.
Tivemos o prazer de marchar nas ruas de Maceió com as aproximadas 30 mil pessoas (apesar dos dados oficiais reduzirem esse número) e contemplamos de perto a força de um movimento legítimo, puro e heterogêneo.
Tal como muitos que estavam lá, podemos até não concordar com a totalidade das demandas exibidas nos cartazes, mas não deixaremos de nos juntar ao grito das ruas que querem mudança e respeito.
Hoje o movimento tende a se fortalecer a cada nova demanda conquistada, pois como num passe de mágica, despertamos do sono e percebemos o que já expunha nossa Lei Maior: “todo poder emana do povo”.
Afinal, #VerásQueUmFilhoTeuNãoFogeALuta

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Há exatamente 100 anos, mais precisamente no Ceará, tivemos a queda da oligarquia dos Acciolis, então liderada pelo comendador Antônio Pinto Nogueira Accioli, que governou o estado de forma autoritária e monolítica entre 1896 e 1912. Será que temos motivos para comemorar essa queda?

Em pleno período de efervescência eleitoral, Alagoas está repleta de “novos” nomes da política, o que nos chama a atenção é a quantidade de “filhotes” políticos oriundos de um sistema mesquinho e autoritário conhecido como “coronelismo”.

Esse brasileirismo surgiu durante a República Velha, como uma forma de poder político exercido na figura dos grandes fazendeiros, que podavam o poder de escolha dos eleitores, uma vez que os seus subordinados eram “obrigados” a votar no próprio coronel ou na pessoa por ele indicada com medo de represálias, já que o voto não era secreto. Não precisamos de muito esforço intelectual para saber que, na maioria dos casos, essa pessoa é alçada do seio familiar do coronel.

Em um primeiro momento, não vemos nada de mais em alguém vocacionado para atividade política submeter seu nome ao pleito eleitoral, mesmo que na sua família já tenha algum político. O grande problema, no nosso sentir, é quando se constrange alguém a participar do processo eleitoral apenas pelo seu sobrenome.

Nesse último caso fica claro que o projeto é pessoal e não político, transformando, como veremos nas propagandas eleitorais, alguns sobrenomes políticos em uma verdadeira franquia com “know-how” de como se manter e se locupletar no poder.

Há um século o poder dos Acciolis se foi, mas nos legou dois flagelos: o neocoronelismo e o filhotismo. No próprio Ceará temos a franquia Gomes, na Bahia temos a Magalhães, no Maranhão temos a Sarney e em Alagoas são tantas que temos que dividir por regiões: na zona da mata temos a Calheiros, no litoral norte temos a dos Beltrões e na grande Maceió temos várias, mas as mais fechadas são a Amélio e a Holanda.

Como vimos ainda há muito que evoluirmos para que a nossa democracia seja de fato efetivada e, o que mais nos entristece, é saber que os neocoronéis não usam o poder da chibata dos seus jagunços, mas encontram força na alienação política dos nossos eleitores. Mas, a mudança só depende de nós.

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3 de jun. de 2011

Pr Silas Malafaia consegue mais de um milhão de assinaturas contra a PL 122

Em pouco menos de uma semana e com a ajuda de diversas igrejas espalhadas pelo Brasil, o Pastor Silas Malafaia conseguiu reunir mais de um milhão de assinaturas de brasileiros que são contra a PLC 122. Todos os cadernos e folhas com as comprovações das adesões foram entregues ao Presidente do Senado José Sarney.

O abaixo-assinado do Pastor Silas Malafaia contra a PLC 122 começou a cerca de seis dias de forma digital, mas com a possibilidade de impressão e divulgação própria. Os manifestantes e igrejas que vieram em caravanas de outras cidades e estados também levaram seus próprios abaixo-assinados, outros adeptos aderiram a listagem durante o evento em locais preparados para este fim e juntos conseguiram reunir mais de um milhão de assinaturas, superar a meta inicial da campanha. Vale lembrar que a alguns anos, grupos homossexuais levaram mais tempo para reunir apenas 100 mil assinaturas em favor da PLC 122.

No ato da entrega da assinatura estavam o Pastor Silas Malafaia, o Senador Magno Malta e outros políticos ligados a Bancada da Família, formada por parlamentares evangélicos e católicos do Senado e da Câmara Federal. Na ocasião o Presidente do Senado, José Sarney, afirmou que o abaixo-assinado poderá ser importante na decisão da aprovação ou não da PLC 122: “Sem dúvida, o Senado Federal levará em consideração uma manifestação tão expressiva, de mais de 1 milhão de pessoas”, disse.

Não há previsão de quando a PLC 122 entrará em pauta novamente, a nova redatora do texto, Marta Suplicy, retirou o tema da votação após forte pressão evangélica. A senadora se reuniu na última terça-feira com o senador evangélico Marcelo Crivella e o líder do movimento gay Luiz Mott para definir mudanças no texto polêmico.

Fonte: Gospel+

20 de set. de 2010

PR. SILAS RECEBE CARTA DE INTEGRANTES DO PT E RESPONDE


No programa Vitória em Cristo exibido no dia 11 de setembro deste ano, o pastor Silas Malafaia sugeriu que os telespectadores assistissem ao vídeo do Pr. Paschoal Piragine (aqui) sobre as eleições 2010. Nele, Piragibe criticou o PT e pediu aos internautas para não votarem em nenhum candidato do partido.

A repercussão foi tão grande que, até o fim da tarde desta sexta-feira (17/09), o vídeo postado no youtube já havia sido assistido por mais de 1,6 milhão de pessoas. O fato motivou integrantes do Partido dos Trabalhadores a enviarem uma carta ao pastor Silas Malafaia, alegando: "Não é verdade que deputados do PT foram expulsos por se manifestarem contra o aborto. É verdade que eles tiveram conflitos com movimentos de mulheres sobre questões relacionadas ao aborto, mas não houve expulsão."

Em resposta, o pastor Silas Malafaia saiu em defesa do vídeo e afirmou em carta enviada aos integrantes do PT: "Espero que, se Dilma ganhar, vocês que são cristãos não fiquem envergonhados, e não se calem diante de coisas que viram por aí, e que só o tempo poderá nos mostrar."

Leia abaixo, na íntegra, a carta enviada pelo PT e, em seguida, a resposta do pastor Silas Malafaia:

CARTA ENVIADA POR INTEGRANTES DO PT

“Prezado Pr. Silas Malafaia

Graça e Paz!

Somos evangélicos e tomamos conhecimento da Vossa orientação no programa exibido em 11/09/2010, para que os expectadores assistissem ao vídeo do Pr. Paschoal Piragine, que pede aos cristãos não votar nos candidatos do Partido dos Trabalhadores do qual fazemos parte.

O Pr. Paschoal Piragine é bastante conhecido e o temos como uma pessoa íntegra que esteja considerando que as informações que possui contra o PT sejam realmente verdadeiras. Entretanto, trata-se de afirmações que não correspondem com a realidade.

Diante do conteúdo vídeo, gostaríamos de esclarecer que:

Não é verdade que um parlamentar do PT não pode descumprir uma deliberação coletiva do partido por uma questão religiosa ou de foro íntimo. Veja o que diz o inciso XV do art 13 do estatuto do PT:

“Art. 13. São direitos do filiado:
XV – excepcionalmente, ser dispensado do cumprimento de decisão coletiva, diante de
graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo, por decisão da
Comissão Executiva do Diretório correspondente, ou, no caso de parlamentar, por decisão
conjunta com a respectiva bancada, precedida de debate amplo e público.”

Não é verdade que deputados do PT foram expulsos por se manifestarem contra o aborto. É verdade que eles tiveram conflitos com movimentos de mulheres sobre questões relacionadas ao aborto, mas não houve expulsão. Em função desses problemas eles foram punidos pelo PT, o que os levou a mudarem de partido.

Não é verdade que o PT possui uma orientação pela legalização do aborto. Em seu IV Congresso, o PT modificou a resolução que falava de aborto e estabeleceu para o atual programa de governo da Dilma o seguinte texto: “Promover a saúde da mulher, os direitos sexuais e direitos reprodutivos: O Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres ao aborto nos casos já estabelecidos pela legislação vigente, dentro de um conceito de saúde pública”.

O Plano Nacional de Diretos humanos é elaborado pela sociedade por meio dos conselhos de diretos humanos com a participação do governo federal, mas não é uma novidade do governo Lula. O primeiro plano foi publicado através do Decreto número 1.904, de 13 de maio de 1996, e o segundo através do Decreto número 4.229, de 13 de maio de 2002. Em todos eles estão presentes assunto polêmicos ligados com a sexualidade. Diante disso seria um equívoco afirmar que todos os méritos e deméritos do PNDH 3 é de responsabilidade do governo Lula ou do PT.

O conteúdo apresentado no vídeo não corresponde, portanto, com a realidade do que está sendo defendido pelo PT. Podemos pegar os posicionamentos do PT e comparar com o conteúdo do vídeo e observaremos que não existe veracidade. Um exemplo bastante claro é a questão da pedofilia. Não conhecemos nenhum parlamentar, de nenhum partido político, ou algum grupo social que defenda a pedofilia. Atribuir uma acusação dessa natureza ao PT é de extrema injustiça.

Até o dia 13/09/2010 já houve mais de um milhão, duzentos e cinquenta mil acessos ao vídeo disponibilizado na internet. Diante desses fatos nos sentimos extremamente injustiçados e pedimos que os esclarecimentos fossem veiculados em seu próximo programa.

Desde já agradecemos um retorno.

Na Graça de Deus!

Gilmar Machado
Candidato a Deputado Federal – PT/MG – Igreja Batista Central de Uberlândia
Isaac Cunha
Candidato a Deputado Estadual – PT/BA – Primeira Igreja Batista
Joaquim Brito
Candidato a Vice-Governador de Ronaldo Lessa - PT/AL – Igreja Batista do Pinheiro
Walter Pinheiro
Candidato ao Senado – PT/BA – Igreja Batista da Pituba
Wasny de Roure
Candidato a Deputado Distrital – PT/DF – Igreja Batista do Lago Norte”


RESPOSTA DO PR. SILAS MALAFAIA

“Sr. Geter Borges e Candidatos do PT,

Já que vocês me enviaram um e-mail apresentando defesa do Partido dos Trabalhadores em relação às questões que o pastor Paschoal Piragine levanta, gostaria de contraditar a argumentação de vocês. Antes de fazê-lo, quero deixar bem claro que não tenho restrições pessoais ao PT ou a qualquer outro partido. Os meus questionamentos têm a ver com os princípios que defendo, independente de partidos políticos. Esclareço também que sou amigo pessoal de Walter Pinheiro. Em duas eleições passadas, eu o ajudei. Já o citei várias vezes em meu programa de TV como exemplo de cristão na política. Ele tem a liberdade de usar a minha imagem na sua campanha, o que permito de maneira muito restrita a pouquíssimos candidatos.

Vamos aos fatos:

1. O deputado que saiu do PT, saiu por ter posição cristã contrária aos princípios do partido. E se não saísse, seria expulso.
2. O PT está na vanguarda da defesa do aborto e da PL 122. Estes são fatos reais, verdadeiros. Inclusive, no último dia antes do recesso parlamentar no senado no ano de 2009, se não fossem os senadores Magno Malta e Demóstenes Torres, a líder do PT teria aprovado na calada da noite, por voto de liderança, a PL 122. Isto é uma vergonha, e vocês querem que a liderança evangélica fique quieta!
3. O PNDH3 foi enviado ao congresso pelo Sr. Presidente da República no dia 21/12/2009, e a vergonha é que, nesse documento, em vários pontos, só houve recuo em alguma coisa devido à pressão violenta da igreja católica. O PNDH3, sim senhor, é responsabilidade do governo Lula e do PT.
4. Lamento dizer, mas a verdade absoluta é que os princípios cristãos são inegociáveis para nós. Quanto a isto, o PT está do outro lado. Quero ser franco e honesto: eu só não entrei de cabeça na campanha do Serra, porque também não vi nele garantias de respeito a esses princípios. Nas duas vezes em que fui convidado para participar de audiências públicas pela Comissão de Constituição e Justiça, na primeira vez, que foi sobre a questão do aborto, os deputados que estavam defendendo a legalização do mesmo, eram do PT. Na segunda vez, no Estatuto das Famílias, os deputados do PT estavam defendendo a inclusão dos homossexuais a fim de beneficiá-los na adoção de crianças. Esta é a verdade nua e crua.

Espero que, se Dilma ganhar, vocês que são cristãos não fiquem envergonhados, e não se calem diante de coisas que viram por aí, e que só o tempo poderá nos mostrar. Sinceramente, honestamente, gostaria de estar equivocado em relação às posições do PT. Não ficarei triste se o tempo mostrar que estou equivocado nestas questões, porque no tempo presente, elas são a realidade dos fatos.

Um forte abraço!

Na paz de Cristo,

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