Em recente pesquisa IBOPE, sobre
as principais preocupações dos brasileiros, a segurança pública ficou na 3ª
colocação com 13% dos votos. Na comparação entre as regiões, os nordestinos se
destacam: são os que mais se preocupam com este item e os que convivem com os
maiores índices de violência.
Essa preocupação é interessante,
pois denota mais um novo fator desencadeador de violência: a migração da
criminalidade, pois há três décadas esses fenômenos eram limitados aos grandes
centros urbanos da Região Sul/Sudeste.
Mais recentemente, em 1997, tive
a oportunidade de por dez anos estudar em Maceió, capital alagoana, e morar em
São Miguel dos Campos e, apesar de ser muito novo na época, pude perceber que
enquanto alguns pais se preocupavam com o envolvimento dos seus filhos com as
drogas ilícitas e a própria segurança deles, devido o início das primeiras
ações dos pequenos traficantes e de “trombadinhas”, os pais dos jovens
miguelenses, no interior de Alagoas, ainda não tinham essas preocupações.
Além do mais, apesar do início
dessas primeiras ações na capital alagoana, a nossa criminalidade violenta, por
ser tão ínfima, não era motivo de preocupação. Diferente de outra capital
nordestina, Recife, em que o fenômeno da criminalidade já era mais complexo e
enraizado, pois lá já havia ação de grandes grupos criminosos.
No ano passado, passei alguns
dias em Recife e fui ao centro da cidade, no local conhecido como Marco Zero,
local que era tomado pela ação de criminosos, e tive uma boa surpresa, pois
pude ver pessoas passeando tranquilamente com seus cônjuges e filhos usando
livremente seus bens de consumo (iPhones, bolsas e relógios caros), atitude
impensável no início da década de noventa. A ordem social foi restabelecida
como fruto de uma gestão dinâmica, pesquisa, investimento e comprometimento do
último mandatário do Estado de Pernambuco, tal como o de Sergipe e de alguns
outros Estados onde houve redução da criminalidade.
A pergunta é retórica, mas eu a
faço: Onde estão os criminosos que atuavam em maior número no Estado de
Pernambuco/Sergipe e nas grandes cidades da Região Sul/Sudeste?
Estão implantando seus braços
criminosos em locais onde não havia um “know-how” de combate ao crime, pois
nunca tinham enfrentado esses problemas. Logo, está havendo uma migração da
criminalidade dos grandes centros urbanos para os pequenos centros, isso também
se chama de interiorização da criminalidade.
Logo, a terceira causa para tanta
violência em São Miguel dos Campos é a migração da criminalidade oriunda de
grandes centros urbanos. Li nesse site uma matéria que afirma que está sendo
estudo a implantação de uma base de polícia comunitária no bairro Hélio Jatobá.
Com certeza a violência na parte alta vai reduzir, mas não em toda cidade, pois
se não se tomar outras medidas conjuntas, irá aumentar ainda mais a violência
na parte baixa de São Miguel.
Precisa-se levar a segurança
pública a sério, inclusive com aumento da dotação orçamentária; conscientização
da iniciativa privada da importância de investir na segurança pública e abandono
de discursos falaciosos tais como, é preciso melhorar os índices sociais e a
educação para diminuir a criminalidade, se isso fosse totalmente verdade, o
Brasil não seria sete vezes mais violento que as Filipinas. Nas próximas
postagens continuaremos a nos aprofundar nesse tema. Até lá.
Siga-me no twitter: @felipejlcampos
(publicado no alagoasweb.com)
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