1 de ago. de 2021

EM BUSCA DA SEGUNDA CHANCE


Texto: Mc 10.46 1 ; Lc 18.35-37 2

INTRODUÇÃO 

Apesar de Jericó ter uma fama de cidade amaldiçoada, foi nela que o Senhor Jesus escolheu para operar um dos maiores milagres do seu ministério. Jesus, seus discípulos e a multidão que sempre O acompanhava entraram na cidade de Jericó (v.46a).

Parece imperceptível, mas há um intervalo entre a primeira parte do versículo 46 e o final do mesmo versículo. Corroboram ainda para este entendimento os vv. 35 a 37 do capítulo 18 Evangelho segundo Lucas, o qual também há um intervalo do v. 37 para o v. 38.

Na época de Jesus, Jericó era a segunda cidade da Judéia. Por ter sido uma cidade real, ainda guardava as características arquitetônicas de uma cidade fortificada, geralmente com apenas um acesso.

Por haver um grande fluxo e trânsito de pessoas importantes, era neste acesso que se aglomeravam as pessoas mais necessitadas: doentes, pedintes a espera de homens piedosos, tal como o paralítico na porta formosa.

Neste acesso é onde o cego Bartimeu mendigava. Mas certa feita, ele escuta uma movimentação acima do normal de uma grande multidão e começa a perguntar aos que gozavam da visão o que estava acontecendo e de pronto veio a resposta: “É Jesus de Nazaré passando” (Lc 18.37).

Creio que nesta hora o cego foi informado do poder curador e começou a lutar para se aproximar daquele que poderia mudar a sua situação e conceder o seu milagre. Mas devido a multidão e a sua limitação visual ele não logrou êxito no seu intento.

Quando o povo sabe que tem um movimento, não se importa para os problemas alheios. Os mais fortes querem estar no meio do movimento, a exemplo do paralítico do tanque de Betesda. Mas quando Jesus passa, “não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos” (Ec 9.11)

Imaginemos estarmos bem pertinho de Jesus, prestes a receber o nosso milagre, mas vermos a benção escapar de nossas mãos. Imagine o que se passou na cabeça do cego de Jericó? Uma coisa é a figueira não florescer ou não ter fruto na vide, outra coisa é o produto da oliveira decepcionar. (Hc 3.17-18).  Apesar da decepção momentânea Bartimeu tinha certeza que teria uma segunda chance.


I – SEGREDOS PARA RECEBER O MILAGRE: SABEDORIA

1 Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando, ARA. Apesar de cego fisicamente, o mendigo Bartimeu, que nada tinha, enxergava mais do que o jovem rico, que tinha tudo.

2 E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava. A maioria das pessoas no lugar de Bartimeu iria passar todo o tempo em que Jesus ficou em Jericó andando, tropeçando atrás de Jesus. Igualmente, muitos vagueiam por aí ao ouvirem que Jesus está passando em algum lugar. Mas Bartimeu foi sábio e sabia que se a cidade só tinha um acesso Ele iria retornar elo mesmo lugar e desta feita ele teria que usar que sabedoria para se aproximar de Jesus.

3 Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.

4. A sabedoria não é adquirida apenas em universidades, compêndios ou com a vida. O Senhor é quem dá a sabedoria (Pv 2.6). O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência (Pv 9.10). Apenas os loucos desprezam a sabedoria (Pv 1.7). A sabedoria é melhor do que a força (Ec 9.16). Quem não tiver o “espírito de sabedoria”, peça (Ef 1.17; Tg 1.5).


II – SEGREDOS PARA RECEBER O MILAGRE: INTEGRIDADE

1 Deus procura aqueles que ficam na brecha (Ez 22.30). Jesus vai passar em nossas vidas e temos que clamar e ficarmos na posição para recebermos nosso milagre.

2 Muitos correm atrás de benção aqui, ali ou alhures. Mas a palavras de Deus diz que estes sinais seguirão os que crerem (Mc 16.17).

3 Tapar as brechas também fala de integridade.

4 Integridade é caráter, que é mais que boa reputação.

5 Tal como Jesus temos que nos preocupar com a nossa reputação para os de longe e para os próximos (Mt 16.13-16)

6 Reputação é como as pessoas lhe veem, caráter é como nós nos vemos. Reputação é como as pessoas acham que você é, caráter é como realmente somos. Quem tem boa reputação se comporta bem quando os outros veem, quem tem caráter se comporta bem quando ninguém vê. Representando graficamente reputação e caráter, este seria um círculo menor dentro da reputação.

7 Logo, todos que têm um bom caráter têm uma boa reputação, mas nem todos que têm uma boa reputação têm um bom caráter.

8 Infelizmente, o talento tem preterido o caráter.

9 Se Deus tivesse que dar testemunho de ti o que Ele diria? Observaste tu a meu servo Felipe? (Jo1.8) 

10 Como membros do corpo de Cristo nos temos que betumar as fissuras da nossa arca por fora e por dentro (Gn 6.14) 

11 As únicas duas coisas que Deus procura e se agrada quando acha, provavelmente pela escassez, são adoradores e aqueles que tapam as brechas.


III – SEGREDOS PARA RECEBER O MILAGRE: CLAMAR

1 Jesus Filho de Davi! Tem misericórdia de mim. Clamarmos mesmo nas adversidades. Clama a mim e responder-te-ei (Jr 33.3)

2 O clamor move o coração de Deus.


CONCLUSÕES

1 Talvez Jesus tenha passado com intensidade perto de nós e perdemos a oportunidade. Mas se tivermos sabedoria, integridade e clamarmos, desta segunda vez que Jesus passar Ele vai parar e te chamar pelo teu nome e conceder o teu milagre. 

Todo chamado envolve renúncia. O jovem rico sofria de miopia espiritual e não enxergou o que Jesus tinha para ele, mas o cego Bartimeu enxergou longe renunciou tudo que tinha (sua capa) e Jesus concedeu o seu milagre. Quando nos esvaziamos de nós mesmos o Senhor nos enche dEle.

3 Bartimeu queria a cura dos olhos físicos (ophtalmoi), mas Jesus curou também os olhos da alma (ommata). “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20).

30 de jan. de 2017

JENNIE EVANS MOORE SEYMOUR - PIONEIRA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL

William e Jennie Moore
Antes do grande avivamento na história americana oriundo do movimento na Rua Azusa em 1906, Deus escolheu Jennie Evans Moore Seymour para participar dele.

Jennie é provavelmente a primeira mulher a falar em línguas em Los Angeles. Nasceu em Austin, Texas, em 10 de março de 1874, filha de Jackson e Eliza Moore

Jennie saiu da sua terra natal para procurar emprego em Los Angeles como criada. Depois ela começou a cozinhar para uma influente família branca que morava na Rua Bonnie Brae 217.

William J. Seymour chegou em Los Angeles em fevereiro de 1906, ele tinha saído da Holiness Church onde ele foi convidado para pregar. Depois começou seu ministério para um pequeno grupo de crentes na casa de Richard and Ruth Asberry na Rua Bonnie Brae 214. Na maioria das vezes eles adoraram com um grupo de afro-americanos, eventualmente brancos participavam também.

Jennie vivia próximo da rua e regularmente frequentava as reuniões. Ela tinha recebido uma visão de três cartões. Cada um tinha duas línguas escritas neles. Os seis idiomas foram francês, espanhol, latim, grego, hebraico e hindu.

Em 06 de abril de 1906, um homem chamado Edward Lee espontaneamente explodiu falando em línguas estranhas depois de Seymour ter orado por ele. Naquela noite Seymour testificou Lee falando em línguas mais uma vez, e os crentes foram compelidos a ficar de joelhos.

Jennie caiu no chão e imediatamente começou a falar nos seis idiomas que ela tinha visto nos cartões da sua visão. Cada recado em línguas foi interpretado em inglês. Depois disso, Jennie, que nunca tinha tocado piano antes, se dirigiu ao teclado e tocou o instrumento enquanto cantava em línguas.

O avivamento continuou e William Seymour alugou um armazém abandonado na Rua Azusa 312 e iniciou a Missão da Fé Apostólica. Os cultos continuaram durante os sete dias da semana por mais três anos.

Jennie continuou a tocar piano nos cultos e tornou-se uma evangelista, missionária e líder de louvor. Ela casou com Seymour em 13 de maio de 1908.

As reuniões continuaram na congregação da Rua Azusa até a morte de William Seymour em 28 de setembro de 1922. Jennie foi, segundo ela própria, “uma evangelista de poder e grandemente amada por todos”, “assumiu a liderança da igreja”.

Ela continuou se reunindo com fidelidade na sua casa situada na Rua Bonnie Brae até a saúde dela se deteriorar. Ela morreu em 2 de julho de 1936.

A casa em que Jennie morou e realizou culto é hoje um museu de propriedade da Igreja de Deus em Cristo. O piano que ela tocou debaixo de unção do Espírito ainda pode ser visto.



*Glenn Gohr (Livre tradução do inglês)

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