9 de jun. de 2010

TEOLOGIA - Dez passos para que a igreja volte a ser igreja

1 Invista o dinheiro dos dízimos e ofertas na manutenção da obra. Boas instalações, som potente e de qualidade, iluminação adequada, banheiros limpos e etc. Invista com liberalidade na assistência social, evangelização, discipulado e escolas bíblicas.

2 Conceda oportunidade a homens vocacionados por Deus, mesmo que não sejam loquazes ou famosos. Negue oportunidade aos não vocacionados, artistas de púlpitos e políticos. Quanto aos últimos, se quiserem falar, conceda oportunidade apenas após o fim do culto para quem quiser ouvir. Os liderados têm obrigação de votar, mas não a de participar de comícios. Tem liberdade de escolher seu representante e faculdade de revelar seu voto. Além do mais, a melhor campanha é feita fora dos púlpitos e não nos púlpitos.

3 Viva a transparência cristã. É de interesse de todos os liderados a prestação de todas. Acabe com os atos secretos. A verdadeira igreja clama por transparência: “Mas todos nós, com a cara descoberta, (2 Co 3.18a)”

4 Use a rede de informações unicamente para pregar o evangelho de Cristo e testemunhar Seu poder, jamais para desabafar ou para outros fins escusos.

5 Publique apenas material de coerente conteúdo bíblico, mesmo que não sejam bestsellers. Visando a ampliação do reino de Cristo e não o lucro.

6 Ore e jejue muito antes da ordenação de auxiliares ou separação de ministros. Pedindo a Deus que revele a Sua vontade e que para que não sejas levado pela amizade, afinidade ou consaguineidade.

7 Trate cada pessoa, por mais simples que seja, dentro das possibilidades, como tratas os líderes mais renomados. Não espere nada em troca dessas pessoas, Deus é o galardoador.

8 Aplique os ensinos bíblicos, especialmente no aconselhamento cristão, analisando os fatos e não as pessoas, jamais analise o valor dos dízimos.

9 Não misture evangelho com política ou finanças, são assuntos afins. O evangelho é um puro vinho sem misturas.

10 Tenha o ouvido aguçado para ouvir correções e atitude cristã para buscar a transformação do entendimento, arrependimento e mudança.

Felipe J. L. Campos

4 de jun. de 2010

TEOLOGIA - Dez passos para um regime totalitário eclesiástico

1 Gaste dinheiro comprando alguns líderes, mesmo que isso custe endividamento e cheques sem fundos.

2 Afaste os líderes pensantes de alta estirpe e reputação, que não se vendem. Se incomodarem demais, ao invés de atacar suas ideias, ataque a pessoa, distorcendo fatos e maculando suas imagens.

3 Omita dos liderados os fatos negativos praticados pela liderança e dê ênfase as “boas ações”, que são na verdade são deveres cristãos.

4 Crie uma rede de informações com rádios, TV’s e jornais para propalar interesses pessoais. Lembrando-se de retratar pessoas com ideias divergentes do regime como inimigos e esqueça-se do inimigo real: satanás.

5 Venda livros de conteúdo dúbio, para financiar o regime, mesmo se houver heresia.

6 Estabeleça o “nepotismo eclesiático”. Afinal, o regime tem que ter sucessores.

7 Viva o ufanismo: “Denominação, ame-a ou deixe-a”

8 Conceda privilégios a uns e aplique o legalismo a outros. Consagre o dois pesos, duas medidas.

9 Faça do altar de Deus uma plataforma política, lance seu filho candidato ou melhor, lance-se candidato, mesmo que para isso tenha que fazer alianças espúrias.

10 Viva um faz de conta, como se tudo estivesse como num mar de rosas, menosprezando as opiniões contrárias, mesmo que tenha respaldo bíblico. Não reconheça erros nem busque corrigi-los.

Felipe J. L. Campos

27 de mai. de 2010

EVANGÉLICA, MARINA SILVA NÃO TEM APOIO DA ASSEMBLEIA DE DEUS

A Assembleia de Deus, maior igreja pentecostal do Brasil, com 8,4 milhões de fiéis segundo o Censo de 2000, não apoiará a pré-candidata à presidência da República Marina Silva (PV). "O fato de ser evangélica e candidata não é suficiente para a igreja apoiá-la", afirmou o pastor Joel Freire, que trabalha como missionário da Assembleia de Deus nos Estados Unidos.

Filho de José Wellington - presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB) e suplente de Orestes Quércia (PMDB) -, Freire ressalta que Marina precisaria de "outros atributos", como ser "conhecida pela comunidade evangélica e provar que poderia ser presidente".

Evangélica desde 1997, Marina Silva é filiada à Assembleia de Deus, que possui uma estrutura complexa. A igreja, cuja origem data da década de 10 em Belém do Pará, é divida em centenas de ministérios. Divergentes entre si, eles mantêm pouca unidade política e ideológica e, provavelmente, não terão o mesmo candidato nessas eleições. Apesar de não revelarem abertamente a escolha, é quase certo que o eleitorado evangélico se dividirá entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), tendendo mais para o tucano.

"As pessoas votam, cada vez mais, a partir da preocupação instrumental, do que dá fruto, do resultado imediato", afirmou Gedeon Alencar, especialista em ciência da religião e presbítero da dissidente Igreja Assembleia de Deus Betesda em São Paulo. Ele observa ainda que será diferente essa eleição: "Os evangélicos vão se dividir. Há duas décadas os evangélicos foram contra Lula, era mais definido".

Para Alencar, ganha apoio quem tem algo a oferecer. "Mesmo Marina tendo uma marca da Assembleia de Deus, no encontro em Santa Catarina (em maio), quem foi convidado para falar foi o Serra", disse. "Marina teria dinheiro para patrocinar? Não tinha. Então se dá ênfase para quem tem dinheiro para financiar", afirma.

Caráter laico

Lideranças do PV em São Paulo acreditam que o fator religião pode ajudar na conquista de mais votos. "Evidente que há uma identificação com os cristãos. Quero crer que isso pode ajudar", disse Maurício Brusadin, presidente do diretório do PV em São Paulo.

Mas é o discurso de tom laico que demonstra, para o cientista político da Unesp, Marco Aurélio Nogueira, o quanto a pré-candidata tenta "driblar e neutralizar" esse ponto.

"A fé é mais um ônus do que um bônus para ela", afirma. Para Nogueira, o fato de Marina ter opiniões de fundo religioso pode afastar um tipo de eleitor "mais racional", que apoiaria a causa do desenvolvimento sustentável. "Hoje, mais atrapalha do que ajuda. Tanto que ela não esta trabalhando esse ponto. A vitória dependerá muito das questões que vai privilegiar na campanha".

Fonte: Terra

20 de mai. de 2010

COLHER DE CHÁ NA BATALHA


Há algum tempo, quando ainda brincava com os colegas da vizinhança na terra dos caetés, onde morava, por ser o mais novo da turma, nas disputas e jogos eu era tão insignificante que não contavam comigo para não deixar frágil a equipe que eu participava, esse ato nobre de dar um membro a mais a equipe se chamava “colher de chá”[1] e o nome desse membro mais fraco era o “café com leite”[2]. Por que me lembrei disso?
Porque tive o privilégio de ver de perto um oleiro fabricando vasos. Ele primeiro sai de sua casa com uma enxada nas costas a procura de um barro bom para o fabrico dos vasos. Após achar uma boa argila ele a recolhe e se dirige a sua oficina, coloca o barro ainda sem forma em uma roda. A que eu vi ainda era manual, pois ele fazia a roda girar pressionando uns pedais.
Com muita habilidade nas mãos ele começa a dar forma àquele barro e de início faz a base, depois cuida do interior do pote e depois de algum tempo naquela roda, ele cuida do exterior fazendo um bonito acabamento. Trabalho encerrado? Não. Está concluída apenas a primeira fase, pois a parte mais difícil é a fase que o pote é levado ao fogo.
Depois de aquecido o forno, os diversos vasos são colocados nele. Quem já observou o processo sabe que nem todos os vasos ficarão aptos para o uso, pois alguns poucos ficarão crus, outros no ponto, mais uma boa parte deles ficaram queimados, fazendo seu valor cair. Há ainda os que não aguentarão a intensidade do fogo fazendo o vaso rachar ou estourar, perdendo todo seu valor.
Na época em que Paulo escreveu a sua segunda carta aos coríntios, era comum guardar valores e tesouros em vasos (no grego ostrakinos) de barro cozido, material comum e frágil.
Mas qual o objetivo de Paulo ao nos comparar com esses vasos? Qual a real necessidade de o vaso ser moldado e ir para o fogo?
Ora, o vaso é moldado e cozido conforme as habilidades Oleiro, e é Ele quem dá a forma e sabe qual é o uso que aquele vaso terá após o fabrico. O Oleiro não só sabe, como Ele mesmo é quem estabeleceu os seus desígnios para nós. A necessidade de todo processo é estarmos preparados para as intempéries da caminhada quando chegarem os dias maus.
Por isso vaso cru ou apenas chamuscado, não serve para um trabalho árduo, pois não aguentará o peso da obra.
Ressaltando que em recentes aulas do Pastor Antônio Gilberto em Alagoas[3], um de seus ensinamentos que me chamou a atenção, foi que nas diversas vezes que Deus exortou ao povo a andar no caminho certo, Ele afirma primeiro para não nos desviarmos para direita, depois para esquerda. Afirma o grande professor que o povo de Deus tem uma tendência maior a se desviar para o fanatismo do que para o liberalismo, ou seja, a maioria dos vasos recebe fogo demais, diminuindo seu valor ou até mesmo o perdendo.
Primeira grande lição, Deus nos afirma que a virtude está no meio, o vaso tem que ser cozido ao ponto, para suportar o peso da obra a qual ele foi destinado.
Além do mais, ventilamos o paradoxo do ministério apostólico de Paulo e, mais uma vez, esse tema é abordado em seus ensinamentos (At 4.8-9), até porque o sofrimento fez parte do seu chamado.
Durante a escolha de um vaso chamado Paulo de Tarso, o próprio Deus afirmou ao profeta Ananias: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.15-16 – original sem negrito).
Quando Paulo entendeu que ele era um vaso escolhido por Deus e que todo vaso tem que passar pelo molde e pelo fogo, ele deixou uma dos mais belos ensinamentos sobre o sofrimento dos justos, vejamos: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (At 4.8-9).
Afirma James Hermano: “Paulo entendeu seu papel como vaso escolhido para levar esta luz tanto para judeus como para os gentios, mas ele também sabia do sofrimento que sua chamada exigia”[4]
O que Paulo estava querendo dizer à igreja em Corinto com esse jogo de palavras? Finnis Jennings Dake faz a seguinte observação ao comentar esses versículos:
Quatro pares de expressões de sofrimentos: 1 Pressionados, mas não sufocado. 2 Estarrecidos, mas não totalmente frustrados. 3 Perseguidos, mas não capturados. 4 Enfraquecidos, mas não fora da peleja. Os dois primeiros referem-se a uma luta; o terceiro a uma corrida e o quarto, ao pugilismo (original sem itálico).[5]
No gancho desse estudo falei de minhas disputas na infância, exatamente nesse ponto é que ganha importância. Ora, uma disputa espiritual direta entre Deus e o diabo seria desigual, já que Deus é o Dono de todo poder.
Acredito que Deus resolve dar uma colher de chá a seu adversário e mostrar que pode vencê-lo usando um café com leite, usando o material mais comum, simples e frágil da terra: o barro.
Imaginemos o seguinte: inicia-se uma luta, de um lado um adversário que tem um sistema corrompido e dominado por ele e um forte poder de cegar os entendimentos (2 Co 4. 4). Por ter certa força, ganhou diversas alcunhas, entre as mais aterrorizantes: leão que ruge, serpente e dragão. No seu currículo vasto: algumas vitórias sobre homens que se renderam aos seus pés, mas também muitas derrotas.
Do outro lado um frágil vaso feito de barro, mas treinado por um Grande Oleiro. No 1º round, o leão que ruge parte com tudo para cima, oprime e pressiona o pequeno vaso ao ponto de desanimá-lo e deixá-lo estarrecido com a violência dos seus fortes ataques.
O ataque continua e nessa investida com uma chave de braço, quando o pequeno vaso está prestes a sucumbir o Oleiro pede tempo e dá ao vaso uma espécie de líquido, imediatamente o vaso se reanima e parte para o 2º round.
O round é em outra modalidade, uma espécie de corrida, mais uma vez o adversário sai na dianteira com toda força agora no ímpeto de um dragão, mas o pequeno vaso se recupera e toma a liderança, ao vê-lo na liderança o dragão usar todas as forças de suas garras e começa a perseguir o vaso, todavia mais uma vez, o vaso é fortalecido por um líquido que é depositado em seu interior e termina o 2º round na dianteira.
O adversário não se dá por vencido e volta para uma modalidade semelhante a do 1º round, o pugilismo, no round final, o adversário com o ímpeto de serpente, parte com fortes cruzados nos pontos fragilizados do vaso, chegando inclusive a enfraquecê-lo, desnorteá-lo e abater a sua confiança na vitória.
Mas quando pela terceira vez, o perigoso adversário pensa que o vaso vai jogar a toalha branca e vai perder, uma vez que está prestes a levar o golpe fatal… mas de novo o Oleiro entra no ringue e pede tempo técnico, desta vez não só enche o pequeno vaso de um líquido precioso, mas enche-o até transbordar, o pequeno vaso se levanta e brada: “a luta ainda não acabou”. O vaso cheio de ousadia invade o espaço da serpente, levando à lona, a amarra e ainda ganha preciosos bens como troféu, saindo vitorioso na batalha.
Gritam da platéia: “Por que o Poderoso Oleiro não lutou pessoalmente com seu adversário?”. Ao passo que o Oleiro responde: “porque ainda tem vasos de barro para usar na terra!”.
Continua: “Além do mais, vou explicar o segredo da vitória, o vaso realmente é frágil, mas Eu o moldo com Minhas próprias mãos e o faço passar pelo fogo para que ele suporte carregar um preciso tesouro dentro de si, que é a arma secreta da peleja. Não é pela força nem por violência, mas pelo meu Espírito”.
Paulo conheceu aflições que pressionavam-no de todos os lados, porém nunca foi cercado ao ponto de ser esmagado. Encontrou-se em circunstâncias desnorteantes, mas nunca chegou ao ponto de se desesperar. Seus inimigos haviam seguido seus passos, mas Deus nunca deixou cair em suas garras. Abateram até o chão, porém foram impedidos de dar o golpe fatal![6]
Entendem porque Paulo já tinha afirmado: “Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Co 9.26-27).
Vale citar a mesma referência na NTLH: “Por isso corro direto para a linha final. Também sou como um lutador de boxe que não perde nenhum golpe. Eu trato o meu corpo duramente e o obrigo a ser completamente controlado para que, depois de ter chamado outros para entrarem na luta, eu mesmo não venha a ser eliminado dela”. Aleluia!
Felipe J. L. Campos
NOTAS

[1] Etimologicamente a expressão era utilizada para dar ao adversário algo para fortalecê-lo e equilibrar a disputa, uma vez que na época da popularização da expressão o chá era usado como remédio.
[2] Essa expressão é usada para denominar aquela pessoa que está abaixo do nível dos demais competidores, uma vez que o leite no café reduz seu gosto forte. Café com leite é uma pessoa fraca em disputas, no nosso contexto, um vaso de barro.
[3] Em 28.10.2009 na 86ª Escola Bíblica de Obreiros em Maceió-AL.
[4] COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.1091.
[5] BÍBLIA DE ESTUDO DAKE (ARC). Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1856.
[6] COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.1091

5 de mai. de 2010

TEOLOGIA - Entendendo o triunfo e a fragrância

No segundo capítulo, versículo dois da segunda epístola de Paulo aos coríntios, ele fala de alegria e tristeza. Alegrou-se no versículo doze do mesmo capítulo por uma porta que o Senhor abriu, mas no versículo seguinte se entristece porque não encontrou a seu amigo Tito, corroborando para o que afirmamos na introdução sobre o paradoxo na vida de Paulo.

Após tudo isso Paulo escreve: “E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento” (2 Co 2.14)”.

A maioria dos estudiosos entende que ao fazer a declaração acima, Paulo faz uma alusão ao chamado triunfo, que era um desfile onde os generais romanos, após a vitoriosa campanha militar, passeavam por toda cidade exibindo os presos condenados à morte, que permaneceram fiéis ao general derrotado, e os salvos da pena de morte, mas condenados à escravidão, pois mudavam de lado e decidiam seguir ao General Vitorioso. Ainda durante esse desfile, o Cortesão ia à frente espargindo perfumes ou incensos.

Temos que entender, que o Cortesão que conduz o desfile é Deus e o General Vitorioso (Varão de Guerra) é Jesus, Ele pelejou contra os exércitos do mal, ao qual toda a humanidade fazia parte – inclusive você e eu, e saiu vitorioso.

O mesmo Varão que feriu a Jacó, foi o que nos feriu e fez a seguinte proposta: mudar de lado na batalha ou permanecer fiel ao seu general derrotado. Os que não aceitam a proposta, a fragrância que se espalha por todos os lugares tem cheiro de morte, mas para os que passam, mesmo feridos, para o lado de Cristo, passam a ter a pena de escravos de Cristo e direito à vida. Por isso Paulo afirmou: “Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para vida. E, para essas coisas, quem é idôneo?” (2 Co 2.15-16).

O Cortesão deu seu próprio General, pois se agrada com o cheiro do General ferido, mas vitorioso, para nos salvar da condenação da morte. Durante a crucificação além de ferido, Jesus foi literalmente moído por nossas iniquidades (Is 53.5). Morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou!

Um dos hinos mais belos que ouvi é “Above all” de Michael W. Smith, em especial na estrofe que afirma: “Crucified laid behind the Stone. You lived to die rejected and alone. Like a Rose trampled on the ground. You took the fall and thought of me.” Que em livre tradução é “Crucificado, deixado no sepulcro. Vieste morrer, rejeitado e só. Como uma rosa, jogada no chão. Foste por nós, pensastes em mim”.

Jesus no calvário foi esmagado (moído) como uma flor, para que a sua fragrância se impregnasse em nós e espalhássemos o “bom cheiro de Cristo” por todas as partes.

Hoje, a semelhança de Jesus, nós somos essa flor esmagada e quanto maior o sacrifício do nosso ministério, mais o “bom cheiro de Cristo” vai exalar de nós. Paulo afirmou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo[…]”.

O ministério de Paulo reside em sacrifícios tal como todos os ministérios autênticos, pois são nas lutas e sofrimentos, que a boa fragrância de Jesus Cristo emana do nosso ser e os milagres acontecem nos fazendo triunfar. Aleluia!

A glória do ministério cristão está, verdadeiramente, na simplicidade, sinceridade e franqueza com que se anuncia o Evangelho. Paulo tinha desejo de espargir o “bom cheiro de Cristo” por todas as partes. E de fato o fez através do seu sacrifício e de seus discípulos – mestres autênticos – o Evangelho se expandiu, impactou a Europa, a América, o mundo e chegou até nós.

Felipe J. L. Campos

27 de abr. de 2010

TEOLOGIA - As sete dispensações

Existe alguma dúvida e diversas classificações sobre as dispensações e resolvi postar uma divisão clássica na visão de Watchman Nee, grande escritor cristão:

Inocência: Adão no Paraíso

Da criação à sua queda (Gn 1:28, 3:24)

Julgamento: Expulso do Édem.

Consciência: Caim e Abel

Da expulsão do Édem ao Dilúvio (Gn 3:23, 6:7).

Julgamento: Dilúvio.

Governo Humano: Noé

Do Dilúvio a Abraão (Gn 8:21 a 11:9).

Julgamento: Torre de Babel.

Promessa: Abraão

De Abraão ao Cativeiro no Egito (Gn 11:31 a Ex 19:8).

Julgamento: Cativeiro no Egito.

Lei: Moisés

Do Sinai ao Calvário (Ex 19:8 a Mt 27:35).

Julgamento: Destruição do Templo no ano 70 DC.

Graça: Jesus

Do Calvário ao Arrebatamento (Jo 1:17; Ap 11:15; 12:5, 6).

Julgamento: A Grande Tribulação

Justiça: Cristo e os Vencedores

Do Arrebatamento ao fim do Milênio (Ap 11:15; 19:20, 20:3; I Ts 4:13-17)

Julgamento: Fogo do Céu. (Ap 20:9)

Qual é o propósito das Sete Dispensações?

A fim de entendermos a Bíblia claramente, devemos estudá-la de acordo com a sua verdade dispensacional. Deus tem uma maneira especial de tratar as pessoas numa determinada época ou dispensação. Se lermos a Bíblia sem considerar a dispensação, descobriremos muitas contradições difíceis de serem explicadas. Reconhecemos que existe uma progressão da verdade nos livros da Bíblia. O que foi considerado claro no inicio do Antigo Testamento vem a ser imperfeito sob a clara luz manifestada no tempo do Novo Testamento. A razão disso não são os diferentes conceitos do homem a respeito de Deus, mas por causa dos vários graus da revelação de Deus aos homens. Visto que Deus trata com o homem de acordo com a dispensação, Ele Se revela a ele gradativamente, de acordo com Sua exigência para com ele naquela dispensação em particular. Muitos aceitam apenas duas divisões na Bíblia: o Antigo e o Novo Testamento. Leitores cuidadosos entretanto, encontram na Bíblia uma síntese das Sete Dispensações. Tal divisão não é arbitrária; pelo contrário, é muito natural para os que leem a Escritura com cuidado e estudo. Se ignorarmos estas distinções, vamos esperar que as pessoas de uma dispensação guardem a lei da dispensação de outra. Isto só trará muita confusão e um entendimento errado da Palavra de Deus. O propósito principal dessas Sete Dispensações é mostrar ao homem como ele deve depender da graça de Deus para ser salvo. A promessa de Deus a Abraão foi dada visando salvar o homem por meio da graça, mas o homem não confessou seus pecados nem reconheceu sua fraqueza. Assim, para mostrar a incapacidade em fazer o bem, Deus acrescentou a Lei depois da Promessa dada a Abraão. Desse modo, Deus leva o homem a se conhecer antes que confesse sua total inutilidade e depravação. Quase 1500 anos foram gastos para se mostrar ao mundo que "não há quem faça o bem nem um só" (Rm 3:12).

Autor: Watchman Nee

19 de abr. de 2010

APRENDENDO COM JAIRO A OBTER E MANTER UM GENUÍNO AVIVAMENTO


Comecei hoje (19.04) a ministrar o curso com o tema em destaque. Na primeira aula abordei conceitos de avivamento e sua necessidade. Amanhã (20.04) analisaremos o avivamento ao longo da história. No feriado de quarta-feira (21.04), como obter um genuíno avivamento e na última aula (22.04) encerrarei mostrando alguns segredos de como mantê-lo.

Responderemos algumas dúvidas: Avivamento ou despertamento. Ser cheio do Espírito Santo é a mesma coisa de ser batizado no Espírito Santo?

“Todos os ministros devem ser ministros de avivamento, e toda pregação deve ser pregação de avivamento” - Charles G. Finney.



17 de abr. de 2010

Por que Jeremias profetizou na porta do templo?

O profeta Jeremias, no capítulo 7 do seu livro, é ordenado pelo próprio Deus a se colocar na porta do templo de adoração em Jerusalém e proferir Suas palavras de correção e juízo. Por que Deus pediu para Jeremias anunciar ousadamente Sua palavra na porta do templo?

Na época da declaração, Judá passava por uma deplorável situação política e religiosa, corrupção, opressão contra os mais fracos (estrangeiros, viúvas e crianças), homicídio de inocentes e idolatraria (Jr 7.5,7).

A situação era tão grave que não havia tempo para que Jeremias pregasse um sermão profético no altar para os religiosos e repetir as mesmas palavras na porta do templo para o povo.

Se naquela época o tempo era escasso, imaginemos hoje. Não há tempo para os pregadores que brincam com o povo massageando seu ego afirmando o que o auditório quer ouvir. Em uma confraternização de jovens o Pr. José Orisvaldo Nunes afirmou que está difícil ouvir uma mensagem de Deus, pois só estão pregando “massagens”, fazendo uma clara alusão as mensagens de auto-ajuda.

Logo, os dois primeiros motivos de o profeta ter pregado na porta do templo é porque Deus tinha pressa que seu povo se arrependesse e para que todos ouvissem a Sua mensagem.

Preguemos ininterruptamente a palavra do Senhor, segundo a Sua soberana vontade e não extingamos dos nossos altares mensagens bíblicas de ensino, repreensão e correção, pois todos necessitam ser instruídos em justiça e aperfeiçoados (2 Tm 4.16-17).

No livro do profeta Jeremias, lemos sobre muitos falsos profetas que falavam o que os líderes e o povo queriam ouvir, ser profeta de conveniência é fácil. Na época do profeta Jeremias havia a granel, não é difícil notar que esses fizeram escola e que seus seguidores têm se proliferado como ervas daninhas no meio do trigal. Todavia, Deus já nos advertiu sobre esses:

“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades e falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR” (Jr 23.16)

É fácil encontrar quem afirme aos reis: “Deus está contigo”, sem Deus ter dito, afinal corriam o risco de, no mínimo, perder o “emprego” e o status. Difícil é encontrar quem profetize: “convertei-vos dos maus caminhos” a quem Deus ordenar (Jr 7.3,5; 2 Cr 7.14).

O pastor Claudionor de Andrade afirmou que a síndrome do politicamente correto tem atingido a muitos pregadores. De fato a autenticidade está sendo substituída pela polidez, estão preferindo ser politicamente corretos a autênticos profetas.

Temos que falar a palavra de Deus com ousadia, que é ser intrépido sem ser afoito, ser afoito é falar mensagem de correção sem Deus ter mandado, ainda que a intenção seja nobilíssima, que é a edificação da casa de Deus. Jeremias falava apenas o que o Senhor lhe ordenara (Jr 7.1-3).

Não é fácil encontrar quem entregue uma mensagem de Deus independente das circunstâncias e consequências, tem que ser alguém que tenha coragem e integridade. Não pode haver falhas no seu caráter, muito menos na sua reputação. Perde a força de corrigir quem comete as mesmas condutas errôneas, será esse o motivo de as mensagens de correção terem sumido da maioria dos púlpitos?

Ademais, mesmo vivendo nesse caos, havia a teologia do templo que, segundo o pastor Claudionor de Andrade, os religiosos acreditavam que “o Senhor jamais permitiria que Jerusalém fosse destruída, porque nela encontrava-se o Santo Templo. Como, pois, consentiria Ele na profanação da Cidade Santa? Afinal, o Templo custodiava-lhe a arca e perenizava-lhe o nome. Por isso, pressupunham-se, arrogantemente, seguros”.

A preservação do povo de Deus não está condicionada a objetos, símbolos ou frases mágicas. Se não fosse assim, o antigo santuário de Siló não teria sido destruído em 1050 a.C. pelos filisteus e a arca da aliança exposta como troféu no templo de deuses pagãos (1 Sm 4). A vitória do povo de Deus está condicionada a obediência a Sua voz, pois só assim teremos certeza que a aliança ainda está de pé.

Logo, o profeta pregou na porta do templo para desmitificar teologias falidas, para ensinar-nos que a eficaz proteção de Deus está subordinada à obediência do seu povo e para mostrar que Deus apenas usa aquele que tem um caráter ilibado, aquele que está na brecha, tapando as fissuras. Esses são mais três motivos.

Precisamos de mais atalaias, que não temam perder o status, mas o caráter; que não retenham o recado de Deus, mas a anuncie ousadamente; que não sejam cheios de polidez, mas de ousadia para anunciar a palavra de Deus, mesmo que corramos o risco de perder a própria vida.

Afinal de contas, “se nos deixarem viver, viveremos, e, se nos matarem, tão-somente morreremos” (2 Rs 7.4d).

Felipe J. L. Campos

6 de abr. de 2010

COMENTÁRIOS

Algumas pessoas me procuraram pessoalmente sem conseguir postar seus comentários, realmente eu também tentei e não consegui. Creio que agora o problema já foi solucionado. Perguntas mais frequentes:

1 Como comentar?
Após clicar no link "comentários" logo abaixo do título da postagem, basta clicar no ícone do seu provedor e seguir as demais instruções.

2 Se não tiver o ícone do meu provedor de e-mail?
Crie uma conta gmail, twiter, yahoo ou tente postar um comentário como se fosse anônimo, mas ao final da postagem assine.

3 Posso comentar mesmo tendo apenas hotmail?
Sim. Desde que tenham conta no orkut com esse e-mail (antigamente era possível)


10 de mar. de 2010

TEOLOGIA - Blogueiros assembleianos lançam selo pela unidade no Centenário

Um grupo de blogueiros assembleianos aderiu à campanha pela unidade nas comemorações do Centenário das Assembleias de Deus. O pastor Carlos Roberto, em recente encontro com o responsável por coordenar tais atividades, mencionou o tema e algumas semanas depois o pastor Geremias do Couto o trouxe para o blog com a postagem: Centenário da AD no Brasil: de que lado você está? Logo o irmão Luís, do blog evangelização, sugeriu que se criasse um selo para fomentar a ideia, que foi imediatamente encampada por outros colegas.

Alguns dias depois o irmão Elian Soares, do blog Evangelismo e Louvor, preparou o primeiro rascunho, o qual, depois de receber diversas sugestões, entre as quais a do companheiro Robson Silva, resultou no selo que acabamos de publicar em nossos blogs como uma das ferramentas para alavancar a campanha em favor de uma comemoração unida de todos os assembleianos, no ano do Centenário, incluindo CGADB, CONAMAD e a igreja-mãe, em Belém, PA.

O selo teve como idéia tornar a logomarca oficial do Centenário um quebra-cabeça, onde cada peça representa um ministério, visto que a nossa igreja forma esse grande mosaico com diferentes ministérios e convenções. As quatro mãos que montam o quebra-cabeça significam que a unidade em torno das comemorações do Centenário depende da boa vontade dos líderes e respectivos ministérios e convenções. Nosso papel é fomentar e ajudar essas mãos a montar o quebra-cabeça. Cremos que com a ajuda de Deus poderemos chegar lá. Mas no mínimo fizemos a nossa parte.

Trata-se de uma campanha sem partidarismos, sem donos e espontânea, que pretende estar acima de qualquer facciosismo, visando um verdadeiro congraçamento que contribua para celebrar a unidade, e para o seu fortalecimento, evitando que ela fique mais esgarçada em razão de comemorações que se prenunciam divididas, e que, desta forma, não representam os verdadeiros anseios do povo assembleiano.

Estes são os blogs que lançam, simultaneamente, a campanha na blogosfera cristã e, sobretudo, assembleiana:

A Supremacia das Escrituras, Marcello Oliveira.
A serviço do Rei Jesus, Ev. Jairo Elin.
Alerta final, Gesiel Costa.
Blog da Adélia Brunelli.
Blog do pastor Robson Aguiar.
Blog do pastor Newton Carpinteiro.
Blog do Marcelo Vieira
Blog da UMADEMA
Blog do pastor Eliel Gaby.
Blog do Ivan Tadeu.
Blog do Pr. Flávio Constantino.
Blog do Pr. José Paulo Porte
Blog do Pr. Levi Agnaldo
Cristianismo Radical, Juber Donizete.
Cristo é a Vida, Pb. Uilton Camilo
Dispensação da Graça Pr Andre Costa
Esboçando a Palavra
E agora, como viveremos?, Valmir Milhomem.
Encontro com a Bíblia, Matias Borba.
Geração Que Lamba, Victor Leonardo Barbosa.
Ide e Anunciai
Manhã com a Bíblia, Geremias do Couto.
Ministério São Paulo, Pr. Brunelli
O pregador, Pb. Juari Barbosa.
O Balido, Judson Canto
Palavra de Mulher, Sarah Virgínia
Philadelfia – Evangelismo e Louvor, Elian Soares.
Plenitude da Graça
Point Rhema, Carlos Roberto Silva.
Profetizando a Palavra, Pb. Uilson Camilo.
Prossigo para o Alvo, Robson de Souza.
Reflexões sobre quase tudo, Daladier Lima.
Teologia Pentecostal, Gutierres Siqueira.
Victória Antenada, Victória Virgínia

Se você deseja ver o povo assembleiano unido nas comemorações do Centenário, una-se conosco. Se você deseja ver as filhas em todo o Brasil ao lado da igreja-mãe comemorando a chegada dos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg há 100 anos na cidade de Belém, PA, trazidos pelo Espírito Santo para espalhar o fogo do movimento pentecostal no país, divulgue esta mensagem para outros blogueiros e coloque no seu blog o selo que ora lhe sugerimos.

Seja um fomentador da unidade nas comemorações do Centenário das Assembleias de Deus. Deus pode usar este movimento para aparar arestas, fazer cair por terra vaidades pessoais e cessar toda polarização que hoje tem sido motivo de muita tensão e discórdia entre as nossas lideranças.

Que o Senhor nos ajude.

8 de mar. de 2010

ETC - 100 anos do dia internacional da mulher

Em 2010 faz 100 anos que Clara Zetkin (imagem ao lado) propôs e foi aprovado durante o Congresso Internacional das Mulheres na Noruega a criação de um dia internacional de proteção aos direitos das mulheres.

A data foi escolhida em homenagem a 129 mulheres que em 8 de março do ano de 1857 foram literalmente queimadas pelo seu patrão, proprietário da fábrica Cotton em Nova Iorque, simplesmente por exigirem um mínimo de dignidade aos deploráveis teares.

Ontem um "jornalista" alagoano afirmou que a violência contra as mulheres começa na Bíblia Sagrada (sic). Esse jornalista já chegou a afirmar que Jesus operou apenas uma dezena de milagres quando esteve da terra. Não precisa explicar que como teólogo leigo ou jornalista é um fracasso total.

A maioria dos jornalistas não querem que leigos se metam a jornalistas, mas infelizmente alguns "jornalistas" se metem a tudo, inclusive a teólogos leigos. Santa paciência.

Temos plena convicção que a Bíblia Sagrada estabeleceu princípios universais sobre a igualdade entre as pessoas, elevando a dignidade de todas as mulheres.

Nesta data, aplaudo as mulheres edificadoras, sábias, valorosas e portadoras de uma fé genuína.

6 de mar. de 2010

TEOLOGIA - Chove peixe vivo no deserto na Austrália


Provavelmente jamais se ouviria falar da cidade de Lajamanu, na Austrália, se não fosse pelos acontecimentos da semana passada. Por dois dias seguidos, quinta e sexta-feira, choveu peixe.

Centenas de peixinhos brancos caíram do céu para total espanto da população local.

E para ter noção das dimensões do "espanto", interessa salientar que Lajamanu fica no meio do deserto de Tanami e que se pode andar centenas de quilómetros em qualquer direcção sem encontrar o menor indício de água, seja doce, salgada, com ou sem gás.

O espanto só não foi maior porque há registos de que já tenha ocorrido antes, em 1974, e mais recentemente, em 2004.

Para os meteorologistas, a única explicação para a precipitação piscosa é um tornado. Os peixes teriam sido sugados para o céu num qualquer canto do mundo e caíram em Lajamanu.

Mesmo assim, não houve registos de nenhum tornado nas imediações da cidade, de modo que o advento da chuva de peixe permanece um mistério.

Christine Balmer, moradora da cidade australiana, confirmou que os peixes ainda estavam vivos quando caíam do céu. «Graças a Deus não choveram crocodilos», afirmou.


Postou Zé Luís lá no Genizah, que comenta:

Se digo que Deus, para saciar a fome de seu povo, mandou um bando de cordonizes usando o mesmo método, certamente um ateu riria, caçoando da minha credulidade. E agora, que o que chove é peixe? Quem está rindo?

Fonte: http://www.genizahvirtual.com/2010/03/chove-peixe-vivo-no-deserto-da.html

18 de fev. de 2010

E SE GUNNAR VINGREN RESSUSCITASSE...

Gunnar Vingren nasceu em 8 de agosto de 1879 na Suécia e partiu para a eternidade em 29 de junho de 1933.
Você já parou para imaginar a hipótese desse grande homem de Deus ressuscitar e desembarcar mais uma vez no Pará e ainda passasse aqui em Alagoas de novo. O que se passaria na sua cabeça?

Retorno ao Pará
Sem dúvidas, ao desembarcar mais uma vez no Pará iria se assustar com a imensa selva (de concreto) que se tornaram todas as capitais brasileiras, amaria o crescimento das Assembleias de Deus e com certeza choraria e não entenderia como uma denominação tão unida agora são duas naquele Estado... (Eu também chorei).
Talvez ficasse boquiaberto com a atual tecnologia na igreja: sons potentes, microfones sem fios, reprodução nítida de sua voz (nada daquelas caixinhas roucas), projetores multimídia, iluminação intensa, climatização (isso é indispensável naquele calor paraense) e instrumentos musicais que ele nunca viu. Mas ao chegar pontualmente no culto… Talvez perguntasse:
– Por que os alguns obreiros estão com essas roupas, sapatos e cabelos brilhosos, é o brilho da glória de Deus?
– Não, é o tecido da roupa e o couro do sapato que brilha mesmo, enquanto ao cabelo é gel – explicaria algum obreiro.
– Por que as pessoas estão sentadas nessas confortáveis poltronas, o culto já acabou?
– Ainda nem começou, oficialmente estamos no período de oração que antecede o culto – mais uma vez explicaria o obreiro.
– Mas se já começou, onde está aquele som de glória, de adoração? O obreiro dessa feita envergonhado diria:
– Isso eu não sei responder. Gunnar se iraria e diria:
– Nesse culto eu não fico, essa não é a denominação que ajudei a fundar.

Gunnar, os carros importados e aviões “particulares”
– Obreiro, sele nossos cavalos e vamos ao porto embarcar para Alagoas. Pede Gunnar. Responderia o obreiro:
– Apóstolo Gunnar, não precisamos de cavalos nem de navio, nossa “igreja” acabou de adquirir um caro importado e um avião, Vossa Reverrendíssima sabe, é para facilitar o deslocamento dos pastores presidentes (ou seria presidentes pastores?).
– Primeiro, me chame de irmão apenas. Segundo, quanto custou essas coisas?
– Cerca de dez milhões de reais, responde o jovem obreiro.
– Réis? Indaga Gunnar.
– Não pastor, reais!
– Não consigo avaliar, diga-me meu jovem, o que eu poderia comprar com esse dinheiro?
– Creio que daria para construir, no mínimo, mais de vinte templos como o que você viu ou sustentar milhares de missionário em qualquer país até adquirirem independência financeira. Especula o obreiro.
Montando seu cavalo, Gunnar afirma:
– Deixe a engenhoca do Santos Dumont e esse carro importado para lá, vamos de navio ou qualquer outra coisa menos cara mesmo, meu jovem!

Retorno a Alagoas
Retornando a Alagoas, ficariam muito feliz, com a expansão do evangelho, com os templos nos mais diversos bairros (inclusive, onde ele orou por um homem e por duas vezes ele levitou e onde o irmão Candinho foi batizado no Espírito Santo) e com a unidade ministerial. Ao questionar, ao obreiro que o acompanha nessa jornada, na casa de qual irmão ele iria ficar hospedado o jovem responderia:
– Pastor, “a quem honra, honra”, tem um hotel cinco estrelas para o irmão.
– Quanto custará aos cofres da igreja esses cinco dias que pretendo ficar aqui, mancebo?
– Creio que com diárias, alimentação e serviço de quarto... uns mil e quinhentos reais.
– Filho, primeiro, não podemos extorquir as ovelhas do Senhor; segundo, se és obreiro aprovado, és hospitaleiro, ficarei na sua casa e destinarei esse dinheiro para auxiliar as centenas de crentes que estão passando por necessidades e a outra parte para ajudar nos custos do mensageiro da paz para usá-los na Escola Bíblica Dominical (Ainda não tinham informado ao Pr. Gunnar que as lições de EBD eram em forma de revista e não mais anexas ao informativo).
Ao participar de mais cultos, ele perceberia que em alguns a situação não fora diferente do que ele presenciou em seu primeiro culto no seu retorno a terra.

Gunnar e o jovem obreiro abrem o coração
– Filho, diga-me de uma vez por todas o que está acontecendo aqui?
– Pastor, se eu lhe disser tudo, em sendo sua saúde tão frágil, creio que mais uma vez vamos perder a alegria da sua presença aqui na terra conosco. Responderia o jovem obreiro, que resolve falar:
– Para início de conversa, lembra daquelas reuniões em que todos os pastores se reúnem…
– Sei sim meu filho, isso se chama convenção, participei de algumas, eram uma benção eu pessoalmente instruí a muitos obreiros jovens, troquei experiências com os anciões, muito poder, milagres, profecias e curas.
– Pastor, apesar de poucas pessoas saberem como foi a última convenção no estado do Espírito Santo, eu sei e volto a afirmar que você não aguentaria. Parece que paz e santificação mesmo, só no nome do Estado. Além do mais pastor, estão “movendo os limites antigos”: é membro batizando nas águas, gente querendo ordenar obreiros sem que sejam batizados no Espírito Santo ou até mesmo divorciados…
– Pare por aí meu filho, realmente meu coração não aguenta mais, já ouvi o bastante, encerrarei minha breve visita. Mas informe aos responsáveis pela atual situação que eu pedi para lembrar-lhes do que o profeta Elias já afirmara:
NÃO SOMOS MELHORES QUE NOSSOS PAIS.
Felipe J. L. Campos

11 de fev. de 2010

ETC - O acórdão do HC 26155 e a última carta de Olga Benario Prestes

Querido leitor, nesta postagem trago na íntegra o acórdão do STF que negou o inusitado pedido (HABEAS CORPUS N. 26.155) da judia Olga Benario Prestes de permanecer presa no Brasil. Mesmo estando grávida, foi entregue nas mãos no regime nazista de Hitler pelo governo Vargas. Inclusive com a vênia dos ministros do STF: Edmundo Pereira Lins e Antônio Bento de Faria, Carlos Maximiliano, Carvalho Mourão e Eduardo Espinola.
Esses três últimos conheceram o writ e o indeferiram, ou seja, entenderam que essa ação atendia aos pressupostos de admissibilidade, mas que o pedido era indevido.
Esse Carlos Maximiliano é aquele que escreveu Hermenêutica e Aplicação do Direito (1925), obra que todos nós estudamos no primeiro ano de Direito.
O mais teratológico é que além da maioria dos ministros não conhecerem o HC, a família teve que pagar as custas do processo e ainda carregar a dor da perda de Olga.
Isso interessa não só aos juristas, como a todo povo brasileiro.

CONFIRA O ACÓRDÃO NA ÍNTEGRA:

"HABEAS CORPUS N. 26.155
Estrangeira - Expulsão do território nacional - Quando se justifica.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de habeas corpus impetrado pelo Dr. Heitor Lima em favor de Maria Prestes, que ora se encontra recolhida à Casa de Detenção, afim de ser expulsa do território nacional, como perigosa à ordem pública e nociva aos interesses do país.
A Corte Suprema, indeferindo não somente a requisição dos autos do respectivo processo administrativo, como também o comparecimento da paciente e bem assim a perícia médica afim de constatar o seu alegado estado de gravidez, e Atendendo a que a mesma paciente é estrangeira e a sua permanência no país compromete a segurança nacional, conforme se depreende das informações prestadas pelo Exmo. Sr. Ministro da Justiça:
Atendendo a que, em casos tais não há como invocar a garantia constitucional do habeas corpus, à vista do disposto no art. 2 do decreto n. 702, de 21 de março deste ano: Acordam por maioria, não tomar conhecimento do pedido.
Custas pelo impetrante.
Corte Suprema, 17 de junho de 1936. - E. Lins, presidente. - Bento de Faria, relator.
(A decisão foi a seguinte: 'Não conheceram do pedido, contra os votos dos senhores ministros Carlos Maximiliano, Carvalho Mourão e Eduardo Espinola, que conheciam e indeferiam.')"

A última carta que Olga escreveu a Luís Carlos Prestes e а filha, ainda em Ravensbrück, na noite da viagem de ônibus que a levaria а morte em Bernburg.


CONFIRA A ÚLTIMA CARTA NA ÍNTEGRA:

"Queridos:

Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças - ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça, correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito de acordo com isso, mas logo nos entenderemos muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como o teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica... Vês? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a ideia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte. Carlos, querido, amado meu: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes? Conformar-me-ia, mesmo se não pudesse ter-te muito próximo, que teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorriso. Quero-os a ambos, tanto, tanto. E estou tão agradecida à vida, por ela haver me dado a ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os três juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz te sentes por nossa filha?
Querida Anita, meu querido marido, meu garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que me esforço para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nas últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos pela última vez.
Olga."

8 de fev. de 2010

ATUALIDADES - Número de homicídios em AL supera o de SP e NY

Sociólogo explica as causas que levam o Estado a ter esta marca

Emanuelle Oliveira

Apesar das diferenças sociais e populacionais, se comparado aos Estados de São Paulo e Nova York, que tem a mais populosa cidade dos Estados Unidos, Alagoas segue com o maior número de homicídios registrados nos últimos anos. A impunidade e ainda, fatores como a falta de policiamento e o tráfico de drogas são agravantes da violência no Estado.

Em Alagoas estima-se que aconteceram cerca de 2000 assassinatos, só no ano passado, principalmente na periferia de Maceió. Em 2008 foram registrados 2.064 assassinatos em todo o Estado e desde o início de 2010 já aconteceram mais de 130 homicídios.

Na capital paulista houve 328 homicídios dolosos no último trimestre do ano passado, contra 337 no último trimestre de 2008 (queda de 2,7%). Na Grande São Paulo foram 303 casos no último trimestre de 2009 contra 369 no mesmo período de 2008, redução de 17,9%.

Já os dados divulgados em 2010 revelaram que Nova York teve o menor número anual de homicídios desde 1960, com 466 homicídios na cidade no ano passado, contra 523 em 2008 e 496 no ano anterior.

Em relação a Alagoas, o cientista social Adalberto Café explicou que antes de fazer uma comparação acerca do número de homicídios em São Paulo e Nova York é preciso levar em consideração as peculiaridades de cada local, referente a violência e identificar se ela ocorre pelos mesmo fatores. Café destacou que alguns sociólogos não tratam a violência como sendo motivada por fatores econômicos e sim, como uma questão cultural, que torna Alagoas uma particularidade.

“É errôneo afirmar que os mesmos fatores motivam os crimes nesses Estados. Cada um possui sua forma de conduta quanto aos motivos que geram a violência e também suas formas próprias de tentar resolver tal problema. No Rio de Janeiro o tratamento para sanar a violência é diferente do que é utilizado aqui. Lá o nível de violência é mais complexo e também possui suas peculiaridades. Em Alagoas a violência está mais contundente nas estatísticas pela quantidade de mortes em relação ao número de habitantes", destacou o cientista social.

Café lembrou que estudiosos colocam a violência como algo normal, já que acontece em todos os lugares. Para ele é fácil colocar a culpa nas disparidades sociais, acarretadas pela má distribuição de renda.

“A questão pode ter a ver com o atentado a honra, perpassando pela "quebra da lealdade ou mesmo por uma discussão de bar. Porém, como podemos explicar os fatores que estão inerentes às grandes personalidades do cenário alagoano, acusadas de crime de mando?", disse.

Ele destacou que para evitar a ação violenta é preciso fazer uma política de prevenção e que a indagação recorrente de que se tiverem educação as pessoas deixarão de ser violentas é questionável.

“Vemos muitos casos de pessoas com alto grau de instrução que cometem violência, até mesmo juízes, como recentemente noticiado. A educação tem a ver com a formação do indivíduo para o mercado de trabalho e não simplesmente para a formação do indivíduo como pessoa de tamanha consciência que possa controlar seus impulsos mais primitivos”, explicou.

Sobre a relação da violência com a deficiência na atuação policial e a falta de celeridade do judiciário o cientista social afirmou que o problema está na dificuldade em investir em técnicas de combate e prevenção dos crimes, atentando para as especificidades de cada Estado, região e bairro.

“O Estado possui o monopólio da força física e seu braço armado é a polícia. Então, ele utiliza de seu meio de coerção legal para sanar qualquer delito que vá de encontro aos preceitos constitucionais. Se a violência está cada vez mais presente em nosso cotidiano, onde está este "braço armado do Estado"? Simplesmente está cruzado, sem poder fazer muita coisa, não por falta de efetivo, mas sim pelo desvio de função que se coloca a fazer para poder aumentar o salário e conseguir se sustentar", afirmou.

Ele lembrou a Conferencia Nacional de Segurança Pública (Coseng), que discutiu propostas para melhorar a segurança pública. “Várias entidades da sociedade civil, além militares, representantes de igrejas, movimento gay, movimento negro, MST, entre outras defenderam as propostas que as beneficiam. O ponto fundamental é a particularidade da violência que cada um sofre. Mas o judiciário também tem que rever o código penal e atualizá-lo para a nossa realidade", ressaltou
Portal Cada Minuto

4 de fev. de 2010

PEDAGOGIA - Já tive um professor...

Gostei muito desse gráfico feito pelo meu amigo-irmão Adelmo Cândido. O cara passou várias vezes na fila dos talentos: como vocês podem ver, além de mandar muito bem no Corel DRAW, desenvolve logomarcas, charges, dubla, imita, escreve e ainda toca sax... Se quiser conhecer um pouco do trabalho desse polivalente acesse o ilustradoradelmo.blogspot.com!

29 de jan. de 2010

TEOLOGIA - Biblicamente há algum problema em se intitular apóstolo?

Não sou digno de ser chamado apóstolo
S. Paulo (1 Co 15.9)

No mês passado fui indagado por um colega de trabalho durante a exibição de um programa de uma igreja que arrendou toda a programação da repetidora do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) aqui em Alagoas: “Onde se arranjar o título de apóstolo?”.

Ao perceber o seu tom sarcástico, imediatamente respondi que no mesmo lugar onde se arranja o título de vicarius filli dei, fazendo uma alusão a um dos títulos, nem um pouco humilde, do papado. Depois do episódio, meditei um pouco mais sobre o assunto.

Recentemente, alguns líderes, em especial das igrejas neopentecostais, têm adotado o título de apóstolo e criticado as tradicionais, que em seus estatutos tem a denominação presidente e às vezes bispo. E agora, é mais bíblico chamarmos o “pastor de pastores” de presidente, bispo ou apóstolo?

Presidente[1] só aparece no Antigo Testamento, em especial do livro de Daniel (6.7) ligados a cargos políticos e não cargos eclesiásticos. No Novo Testamento só há uma referência, mas é ao dom da presidência: “o que preside, com cuidado” (Rm 12.8). Na igreja neotestamentária há diversas referências nas Epístolas aos bispos (Fp 1.1; 1Tm 3.1,2,6,7; Tt 1.7). Mas são setenta e seis ocorrências na Almeida Revista e Corrigida do termo apóstolo, nos Evangelhos, em Atos e nas Epístolas.

O texto áureo dos que adotam o apostolado atual é Efésios 4:1: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,” denotando-nos que os títulos para a igreja neo-testamentária são apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.

Todavia, segundo adverte Russell Shedd[2], um dos maiores pensadores da igreja na atualidade:
O problema é o significado desta palavra. [Apóstolo] significa o que tem plena autoridade da pessoa que lhe enviou. Apóstolo é enviado. Portanto quando Paulo diz: ‘Eu sou apóstolo de Jesus Cristo’, ele está dizendo, que tem autoridade para falar em nome de Cristo. Então, qualquer pessoa, hoje, que se intitula apóstolo está se colocando na posição do Papa. Está falando no lugar de Cristo. Já que esta não é a ideia que alguns destes apóstolos têm, talvez não tenham estudado o significado da palavra.

Neste sentido, penso que paira um ar de jactância se intitular apóstolo, vicarius filli dei ou até mesmo presidente, haja vista que após os Apóstolos, inclusive São Paulo, ninguém tem autoridade de complementar o cânon sagrado, porquanto está consumado.

Por outro lado, o termo apóstolo tem uma segunda acepção, o sentido que Paulo se refere ao líder da igreja em Filipos (Fp 2.25): “Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades”. Logo, apóstolo ou enviado, neste segundo sentido, é uma pessoa que tem autoridade para falar em nome da igreja que são responsáveis ou que fundaram, mas não de toda igreja de Cristo.

Nessa segunda acepção o Pr. Silas Malafaia[3] afirma:
Apóstolo é aquele que vem para a base, é o desbravador, o que estabelece a base da Igreja. E esses apóstolos que temos ai? Qual é a deles? É tudo pescador de aquário dos outros. Estão com a Igreja cheia de membros das Igrejas dos outros e ficam pregando em grandes centros. E tem outra coisa: se são apóstolos têm que entregar a direção de suas igrejas. O verdadeiro apóstolo é o que rompe, estabelece a igreja e vai embora. Ah, para com essa brincadeira. É uma insensatez, um modismo barato. Apóstolo no Brasil, e uma função hierárquica. O camarada era pastor, se intitulou bispo, depois tem que ter um título maior. Só falta querer ser vice-Deus, do jeito que vai.

Além do mais, creio que se somos seguidores de Cristo, temos que seguir os passos do Mestre na Sua simplicidade e humildade, que mesmo sendo o cabeça da Igreja Universal nunca se denominou presidente, mesmo sendo enviado de Deus e fundador da Sua própria Igreja, nunca se denominou apóstolo. Muito pelo contrário, mesmo sendo o Sumo Pastor (1 Pe 5.4) Ele simplesmente afirmou. “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14).

Verdadeiramente, mesmo se galgarmos a posição eclesiástica mais elevada aqui na terra, o mais importante é ter as características do verdadeiro líder: inculpáveis, fiéis, moderados, prudentes, simples, hospitaleiros, ensinadores, maturos, respeitáveis, humildes, longânimos, pacíficos, abstêmios – “não chegado ao vinho” (1 Tm 1.3,2,6,7; Tt 1.7). Percebe-se porque estão preferindo os presunçosos títulos a ter a alma do verdadeiro líder, pois é mais fácil ter aqueles do que esta.

NOTAS


[1] Tradicionalmente se adota essa denominação, porque até antes da vigência do Código Civil de 2002, Igreja tinha natureza jurídica de associação e, consequentemente, era obrigada por lei a formar uma diretoria com presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro para representar juridicamente seus liderados.
[2] Em entrevista disponível em: http://noticias.gospelmais.com.br/quer-prosperidade-entao-deve-pedir-um-cancer-a-deus-diz-estudioso-evangelico.html
[3] Entrevista concedida a Revista Eclésia nº 73. Ano VII. Disponível em: http://fabiozine.blogspot.com/2009/09/entrevista-com-silas-malafaia.html

Sobre este blog

Aqui você encontrará notas, opiniões, pensamentos, biografias e algo mais sobre teologia pentecostal e assuntos atuais.